Dos três, CvS 2 acaba sendo o melhor por conta da variedade de personagens e mecânicas e é dele que vamos falar aqui. Apesar de originalmente lançado para Playstation 2 e outros consoles da mesma geração, ele também ficou disponível no Playstation 3 na linha de clássicos do PS2 (que eram basicamente jogos de PS2 emulados no PS3). Explico isso porque a versão que usei para escrever esse texto foi justamente a de PS3, que não tem o componente online da versão de PS2.
Com cerca de 50 personagens que trazem favoritos das duas empresas como Ryu, Ken, Kyo ou Terry, o jogo usa seis botões (três de soco e três de chute) como é de costume nos jogos da Capcom (ao contrário da SNK que costuma usar quatro botões). Antes de escolher seus personagens, o jogador precisa selecionar entre seis tipos de barras de especial, três delas baseadas em games da Capcom e três em jogos da SNK. Além de determinar como a barra de especial vai funcionar, a escolha também determina algumas mecânicas de mobilidade, como poder bloquear no ar, dar dashes ou fazer rolamentos, dependendo da barra escolhida.
Os combates podem acontecer em equipes ou individualmente. Em equipes existem duas mecânicas, uma é o sistema de trios igual a King of Fighters e outras baseadas no sistema de ratio do primeiro CvS. Nesse sistema o jogador tem quatro “pontos” para distribuir na formação de sua equipe que pode ter até três lutadores. A cada lutador escolhido, o jogador atribui uma ratio que pode ir de um a quatro e isso determina o poder do personagem. Um personagem de ratio 4, por exemplo, é bem poderoso, mas precisará lutar sozinho. Ou é possível de um lutador com ratio 2 e outros dois lutadores com ratio 1 e formar um trio.
É um sistema versátil, com muitas possibilidades de combinações levando em conta as diferentes barras e ratios de personagem, mais até do que no primeiro jogo, na qual a ratio de cada personagem era fixa, o que limitava um pouco suas escolhas. Algumas combinações específicas de personagem e determinada barra de especial, inclusive, são bem apelonas. Na verdade, CvS 2 não é um jogo de luta exatamente balanceado (a maioria não era antes do advento dos esports), mas aqui isso não necessariamente significa que é menos divertido (assim como Marvel vs Capcom 2, que também é extremamente quebrado em termos de balanceamento, mas muito divertido).
A Capcom criou do zero todos os sprites dos personagens da SNK para que eles se adequassem à sua estética e o resultado são personagens altamente detalhados, cuja qualidade se sustenta ainda hoje. Do lado da Capcom, no entanto, muitos sprites foram reaproveitados de outros jogos, como Honda ou Sagat vindos de Street Fighter Alpha 3, ou Morrigan, tirada lá dos Darkstalkers de meados da década de 90. Isso resulta em alguns personagens de baixíssima qualidade e definição (Morrigan é uma das piores), que destoam dos modelos de alta qualidade e dão a impressão de algo feito em Mugen. A escolha dos personagens da Capcom também incomoda um pouco, já que os personagens são quase todos de Street Fighter, com apenas outros três: Morrigan, Maki (de Final Fight) e Kyosuke (de Rival Schools) vindos de games diferentes.
Os cenários, por outro lado, mantem uma qualidade consistente em todos eles, cheios de easter eggs de personagens de ambas empresas (como o Falcon de Power Stone ou Leona de King of Fighters) e até elementos com polígonos tridimensionais, como os balões de Honda e Haohmaru que flutuam em uma arena. Alguns até tem efeitos de luz e sombra bem singulares.
Capcom vs SNK 2 é
um ótimo jogo de luta graças à variedade de personagens e mecânicas que
apresenta, ainda que tenha alguns problemas de balanceamento e os visuais de
alguns personagens estejam abaixo da qualidade gráfica do restante do jogo.
Trailer
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