Na trama segue o cotidiano Katherine (Katherine Ryan) e da filha Olive (Katy Byrne), enquanto Katherine tenta navegar a complicada relação que tem com o pai de Olive, Shep (Rory Keenan), um músico decadente, e com o desejo de ter mais um filho. Em meio a isso também está Evan (Steen Raskopoulos), namorado mais recente de Katherine com quem ela pensa em ter algo mais sério.
A força da série está mesmo na dinâmica entre a protagonista e a filha, na construção do forte laço de afeto que há entre as duas e também nas situações absurdas que elas se envolvem. Muito da comédia deriva do fato de Olive muitas vezes demonstrar uma maturidade superior à da mãe e a garota Katy Byrne convence como uma menina que demonstra ter uma sabedoria bem maior que a sua idade.
Ainda assim, o texto nunca a trata meramente como o clichê da criança precoce, mostrando também as inseguranças e imaturidade da menina. Ela e Katherine, por sinal, exibem um afeto bem sincero uma pela outra, convencendo do laço poderoso que une as duas e tornando críveis as loucuras que Katherine faz pela filha.
A questão é que fora dessa relação de mãe e filha, todo resto envolve relações e atitudes que não são devidamente construídas ou que não exibem uma motivação convincente, acontecendo por pura necessidade de roteiro ou só para tentar gerar momentos de humor que nem sempre funcionam. A decisão de Katherine em querer engravidar novamente de Shep, por exemplo, não soa convincente, por mais que a intenção é mostrar a protagonista como alguém pouco saudável emocionalmente e com dificuldade de se apegar ao traste do ex-namorado.
Do mesmo modo, nunca há uma motivação do porquê a nova namorada de Shep aceita tranquilamente ajudar o namorado a engravidar a ex dele, levando pipetas de sêmen para Katherine. Entendo que a ideia era fazer tudo soar absurdo, mas ainda assim é preciso encontrar um mínimo de conduta humanamente crível para conseguir estabelecer uma conexão com essas pessoas.
Por outro lado, o texto acerta em nunca recorrer a maniqueísmos simplórios. Seria fácil tornar Shep um vagabundo que faz tudo errado e não se importa em nada com a filha (embora ele tenha muito disso) e Evan o príncipe encantado que salvaria Katherine dessa relação tóxica com o ex, no entanto a série nunca recorre a isso. Ocasionalmente o texto mostra como Shep de fato se importa com Olive e como Evan também pode se comportar como um babaca possessivo, querendo interferir demais na relação de Olive com o pai. Assim, há uma certa complexidade nesses personagens ainda que, de novo, nem sempre tudo seja bem construído.
A primeira temporada de A
Duquesa acerta na dinâmica de mãe e filha, mas todo restante falha em
construir situações ou relações convincentes.
Nota 5/10
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