sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Crítica - Sleight

 

Análise Crítica - Sleight

Review - Sleight

Responsável por tornar o ator Jacob Latimore conhecido, esse Sleight, lançado em 2016, é um daqueles pequenos filmes que contorna suas limitações orçamentárias com inventividade e sentimento, nos conquistando a despeito de seus problemas. É uma trama relativamente simples, que não chega a ter nada de grandes novidades, mas cuja construção, mesmo que nem sempre acerte, consegue entregar uma construção satisfatória para vários elementos que vai apresentando aos poucos ao longo da história.

Bo (Jacob Latimore) é um jovem mágico de rua que tenta aperfeiçoar um novo truque envolvendo ímãs para dar a impressão de telecinese. Ele mora sozinho com a irmã, Tina (Storm Reid) depois da morte dos pais e para se sustentar, acaba trabalhando para o traficante Angelo (Dulé Hill). Aos poucos, Bo vai sendo arrastado por Angelo para o lado mais violento do trabalho e começa a pensar em alternativas para se sustentar. O jovem mágico também conhece Holly (Seychelle Gabriel), por quem se apaixona e inicia um relacionamento.

As primeiras cenas demonstram o talento do protagonista com mágica e também criam uma aura de mistério acerca do estranho dispositivo de que Bo tem em seu braço e o que ele pretende com aquilo. Aos poucos a trama vai nos dando informações sobre o que é aquilo e o que ele pretende com um experimento tão arriscado. Quando finalmente o vemos colocar a estranha engenhoca em ação no clímax, tudo é bastante empolgante, já que o acompanhamos em tentar fazer aquilo funcionar ao longo de todo filme.

Outro mérito do filme é o relacionamento de Bo com a irmã, que traz um afeto bem sincero e convence do porquê o mágico arriscaria se envolver com crime só para manter um teto sobre a cabeça da garota. Latimore é um protagonista carismático, que evoca o magnetismo pessoal necessário para um mágico prender a atenção de seu público. Tudo bem que toda a conversa dele sobre mágica depender de entrega e dedicação ao truque não diz nada sobre o tema que já não tenhamos visto em filmes como O Grande Truque (2006) ou O Ilusionista (2006), já que a narrativa é menos sobre mágica e mais sobre a jornada pessoal de Bo, com esses diálogos servindo para construir a motivação dele em relação ao estranho dispositivo em seu braço.

Por outro lado, a construção do conflito principal entre Bo e Angelo não é devidamente construída e acaba soando como algo forçado e não merecido. É estabelecido que Bo é um jovem astuto e inteligente. É estabelecido também que Bo sabe o quanto Angelo pode ser perigoso ou violento, então fazer Bo tentar tapear Angelo de maneira tão idiota não parece algo que o mágico faria. A escolha do protagonista só faria sentido se surgisse alguma demanda urgente que necessitasse de uma considerável soma de dinheiro e Bo não tivesse outra escolha além de diluir as drogas de Angelo.

Outro problema é que Holly fica restrita a ser o interesse romântico. A personagem não tem qualquer arco ou motivação próprias, existindo apenas para gravitar em torno de Bo e ajudá-lo cegamente. É inclusive estranho que ela aceite de maneira tão tranquila o fato de Bo ser basicamente um traficante, ter mentido para ela a respeito e estar sob ameaça de um criminoso perigoso. Em nenhum momento Holly hesita, duvida ou questiona Bo, ela apenas o segue cegamente.

A construção do mistério sobre o truque do personagem e o carisma de Jacob Latimore são suficientes para manter o interesse em Sleight, apesar de alguns problemas na condução da trama.

 

Nota: 6/10


Trailer:

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