quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Crítica – Carmen Sandiego: 3ª Temporada

Análise Crítica – Carmen Sandiego: 3ª Temporada

Review – Carmen Sandiego: 3ª Temporada
Assim como aconteceu com a segunda temporada, este terceiro ano de Carmen Sandiego começa com a promessa de entregar mais sobre o passado da protagonista conforme ela se aproximava de descobrir quem era sua mãe. A promessa não se concretiza, embora aqui isso possa ser atribuído a uma temporada abreviada (somente cinco episódios) provavelmente por conta da pandemia do coronavírus.

A trama começa com Carmen indo ao México para descobrir mais sobre a possível identidade de sua mãe. Ao mesmo tempo, a VILE transfere a base de operações da organização para o norte da Escócia depois dos eventos do segundo ano e planeja uma série de roubos para se reerguer.

Os cinco episódios que compõem a temporada apresentam a estrutura de “caso do dia” com Carmen e sua trupe viajando a um novo país para impedir mais um golpe da Vile ao mesmo tempo que precisam evadir o agente Deveraux e outros membros da ACME que ainda acham que Carmen é a vilã da história. Como em outras temporadas, os casos apresentam uma construção competente de suspense, personagens e antagonistas carismáticos, boas cenas de ação, além de um cunho educativo sobre história, geografia e cultura que é organicamente costurado nas tramas.

Por outro lado, a temporada não consegue afastar a impressão de estagnação desses personagens. Nenhum deles passa por qualquer arco dramático propriamente dito e a breve temporada avança muito pouco as tramas principais. Só os dois últimos episódios fornecem algum senso de progressão ou transformação, com o penúltimo nos permitindo conhecer mais da relação de Shadowsan com a família dele. Já o último mostra Carmen expondo corrupção dentro da ACME, revelando uma das figuras da agência como parte da liderança da VILE e aproximando Deveraux um pouco (mais bem pouco mesmo) do entendimento de que a protagonista não seja a ladra que ele pensa ser.

Assim como aconteceu nos anos anteriores, Zack e Ivy continuam a ser pouco explorados pela trama, permanecendo como veículos de exposição de informação ou alívio cômico e o mesmo pode ser dito de Deveraux, que durante boa parte da temporada continua reduzido a um inspetor Closeau genérico. É uma pena, porque é possível ver potencial de crescimento em todos esses personagens, mas as tramas insistem em se contentar meramente nos “casos da semana” ao invés de ir mais além como aconteceu em outras animações da Netflix, sendo She-ra e as Princesas do Poder um dos casos mais exemplares de uma animação voltada para um público infantil, mas povoada por personagens bastante complexos.

Desta maneira, a terceira temporada de Carmen Sandiego continua oferecendo competentes aventuras repletas de ação, suspense e cunho educativo, mas não afasta o incômodo de que está protelando demais o desenvolvimento de seus personagens e o avanço de seus arcos narrativos.

Nota: 6/10

Trailer

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