Na trama, Hubie (Adam Sandler) é basicamente “o idiota da vila”. Residindo na cidade de Salem, famosa pela queima de bruxas no século XIX, Hubie adora o Halloween e sempre tenta transformar a data em algo especial, buscando garantir que todos se divirtam. Esse ano, no entanto, o trabalho de Hubie fica mais difícil quando um perigoso paciente psiquiátrico escapa de uma instituição próxima.
Sandler interpreta Hubie como o mesmo adulto imaturo de boca torta e voz fina que fez em boa parte de sua carreira como em Billy Madison: O Herdeiro Bobalhão (1995), O Rei da Água (1999) ou Little Nicky: Um Diabo Diferente (2000). Não há aqui nenhum esforço de dar alguma personalidade a Hubie ou torná-lo diferente de qualquer outra coisa que Sandler tenha feito, sendo uma repetição preguiçosa dos mesmos trejeitos e cacoetes que já não eram muito engraçados vinte anos atrás.
A única coisa minimamente singular em Hubie é a garrafa térmica que ele leva na cintura e funciona basicamente como o cinto de utilidades do Batman, com ganchos, lanternas e outras traquitanas emergindo da pequena garrafa. Não faz nenhum sentido e imagino que os roteiristas acharam que seria engraçado pelo próprio absurdo, mas, na verdade, soa gratuito e forçado. Igualmente forçadas são as reações da população ao protagonista. Eu entendo que Hubie é um completo paspalho e que as pessoas queiram fazer graça dele, no entanto, em muitos momentos as pessoas reagem de maneira simplesmente violenta, arremessando objetos pesados na direção do personagem como se quisessem matá-lo. Isso é mais uma manifestação de raiva ou ódio do que de ridicularização e trama nunca apresenta razões para que as pessoas ajam de tal maneira contra o personagem.
Como de costume nas comédias de Sandler, Hubie é apaixonado pela mulher mais bonita da cidade, Violet (Julie Bowen), que inexplicavelmente corresponde o sentimento do protagonista mesmo sem ter muita razão para tal, como que por obrigação do roteiro. Também seguindo o costume dos filmes de Sandler, há diversas participações dos amigos dele que não aparecem em nenhuma outra produção além das feitas por Sandler, como Kevin James, Rob Schneider, além da esposa e filhos do próprio Sandler. Aqui e ali o filme até insere alguns comediantes talentosos em papéis coadjuvantes como Kenan Thompson, Melissa Villaseñor ou a própria Julie Bowen, mas eles são desperdiçados em personagens vazios e sem graça.
O humor consiste da escatologia preguiçosa sobre a qual Sandler construiu a carreira, na qual pensa-se que basta a imagem de vômito ou fezes para fazer as pessoas rirem, sem qualquer esforço de criar situações cômicas ao redor disso. Ao contrário de muitos filmes do comediante, porém, não chega a exibir o mesmo grau de piadas preconceituosas ou machistas como as de Zerando a Vida (2016) ou Lá Vem os Pais (2018), sendo o mais inofensivo das comédias recentes de Sandler.
Ainda assim O
Halloween de Hubie é vazio, preguiçoso e repetitivo demais para produzir
qualquer outra reação além de tédio.
Nota: 3/10
Trailer
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