Na trama, dois casais alugam uma luxuosa casa à beira mar para passar um final de semana. Charlie (Dan Stevens) e Michelle (Alison Brie) vão para a propriedade acompanhados de Josh (Jeremy Allen White), irmão de Charlie, e Mina (Sheila Vand), namorada de Josh e sócia de Charlie. A chegada à casa traz algumas tensões envolvendo o preconceituoso gestor da propriedade e, aos poucos, percebemos também que a relação entre os quatro não é o que parece, com muitas tensões latentes.
A primeira metade da narrativa trabalha com certa habilidade as tensões subjacentes entre esses protagonistas. De maneira muito sutil vemos como Charlie e Josh guardam certas mágoas em relação ao outro, como Michelle parece deslocada em seu relacionamento com Charlie ou a impressão de que Mina e Charlie talvez tenham algo mais entre eles além de serem apenas parceiros de negócios.
Todas essas tramas vão se deslindando sem pressa, revelando aos poucos informações sobre esses personagens e os segredos que eles guardam. Essas informações vão ampliando a tensão conforme percebemos que a situação provavelmente irá explodir quando eles começarem a confrontar uns aos outros com o que sabem. Inicialmente a ideia de que os personagens estão sendo filmados serve como catalisador para expor esses segredos ocultos e acelerar a divisão entre os protagonistas, o problema é quando a ameaça atrás das câmeras entra em cena.
O momento em que o filme começa a entrar no que deveria ser seu clímax acaba se mostrando o segmento menos interessante da narrativa. O problema principal é que o filme mostra explicitamente as ações do vilão, manipulando os personagens uns contra os outros, deixando evidente a mão do antagonista em tudo, não havendo qualquer suspense a respeito do que está acontecendo, reduzindo tudo a um slasher previsível conforme os personagens são eliminados um a um.
Teria sido mais interessante não mostrar as ações do assassino, nos deixando em dúvida sobre o que está acontecendo, se são os personagens de fato realizando determinadas ações ou se há outro elemento por trás de tudo. Na verdade, tenho até minhas dúvidas se o filme precisava do assassino para criar conflito entre os personagens. Talvez ele funcionasse melhor como estudo de personagem se eventualmente descobríssemos que não haviam câmeras, que tudo fora um mal entendido e que eles só explodiram uns contra os outros porque intimamente se detestam ou são péssimos indivíduos.
Do jeito que está, no entanto, o clímax acaba não tendo muito a dizer sobre os personagens, não fazendo jus à construção cuidadosa até chegar em sua segunda metade. Tampouco tem algo a dizer sobre a constante vigilância em que vivemos ou o voyeurismo de seu assassino. A chegada desse vilão em cena só subtrai a tensão do filme, que se torna bastante previsível.
Apesar de começar com uma promissora construção de
personagens, Vigiados eventualmente
involui em um terror genérico.
Nota: 5/10
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