Na trama, contrariando o fim do segundo filme, Bill (Alex Winter) e Ted (Keanu Reeves), não conseguiram criar a música que iria unir o mundo. Mais de vinte anos depois, a dupla continua tentando compor a fatídica música, mas a fama deles já praticamente se esvaiu. Tudo muda com a chegada de Kelly (Kristen Schaal), vinda do futuro. Filha de Rufus (o finado George Carlin), Kelly avisa que se eles não conseguirem fazer a música nas próximas horas, todo o tempo, espaço e realidade irá entrar em colapso. Assim, Bill e Ted viajam pelo multiverso para conseguir a tão esperada música.
O início acerta ao recontextualizar o final do segundo filme sem diretamente negá-lo fazendo esse filme funcionar organicamente como uma continuação sem parecer que estão forçando a barra como foram os filmes da franquia Exterminador do Futuro após o segundo. Como nos outros dois Bill e Ted, o fiapo de trama é só uma desculpa para as viagens alopradas dos personagens e aqui, mais do que nos dois anteriores, toda a questão do tempo e dos multiversos é tão bagunçada ao ponto de quase nem fazer sentido, no entanto, o filme funciona por causa de Reeves e Winter.
Os dois atores tem uma excelente química como os protagonistas e não dão a impressão de que ficaram quase trinta anos sem fazer esses personagens. É possível perceber a conexão que Reeves e Winter tem um com o outro, bem como o entendimento de ambos de como funciona (ou melhor de como não funciona) a cabeça de Bill e Ted. Isso fica evidente no modo como eles constroem as múltiplas versões da dupla que aparecem em diferentes temporalidades. Do Bill e Ted fracassados, passando por uma versão com sotaque britânico ou pelos Bill e Ted presidiários marombados, é possível ver como eles conseguem fazer cada um deles parecer familiar e coerente com o que sabemos desses personagens, mas, ao mesmo tempo, distintos.
Outro destaque do filme são as filhas da dupla, Billie (Brigette Lundy-Payne) e Thea (Samara Weaver), cujas duas atrizes são ótimas em evocar a mesma vibe de Reeves e Winter em seus personagens, fazendo as duas garotas realmente parecerem versões femininas de Bill e Ted. A subtrama das duas é um dos elementos mais divertidos conforme elas viajam pelo tempo reunindo músicos famosos para tocarem junto com os pais delas. Por outro lado, as esposas de Bill e Ted acabam não tendo muito impacto na trama e a trama envolvendo elas viajarem no tempo com versões mais velhas de si mesmas é mal desenvolvida e praticamente não repercute no resto dos personagens. A ida ao inferno e o retorno da Morte (William Sadler) parecem colocadas como puro fanservice, ainda que o trabalho de Sadler como o ceifador seja, de fato, bastante divertido.
Bill e Ted: Encare a
Música pode não trazer nada de novo para esses personagens já conhecidos,
mas tem carisma e senso de absurdo suficiente para ser divertido.
Nota: 6/10
Trailer
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