A narrativa é centrada em Ludwig “Tarzan” Feinberg, um pequeno gângster de Nova Iorque que se mudou para Miami e se tornou dono de uma boate de strip-tease. Lá Tarzan usa suas conexões com gângsteres russos para fazer seus negócios crescerem. Eventualmente ele se torna amigo do vendedor de carros exóticos e contrabandista Juan Almeida e do criminoso aliado aos cartéis colombianos Tony Yester. Juntos eles decidem faturar alto ao tentar vender um submarino militar soviético para o Cartel de Cali, um aparato que facilitaria as operações de tráfico de drogas dos colombianos.
A história narrada por eles contextualiza tanto a situação do tráfico de drogas em Miami nos anos de 1990 quanto o caos na Rússia após a dissolução da União Soviética no qual armas e veículos militares poderiam ser comprados como se você estivesse em um feirão de carros usados. Ao longo do filme ouvimos casos absurdos que aconteceram com os protagonistas nessa ponte Moscou-Estados Unidos enquanto traficavam armas e drogas, como a ocorrência em que Tarzan foi feito refém de mafiosos russos e fingiu ser amigo de Pablo Escobar para ganhar o respeito de mafiosos locais, com Juan indo a Rússia fingindo ser Escobar para libertar Tarzan. É o tipo de piração que pensamos existir apenas na ficção e que se torna ainda mais surpreendente quando vemos acontecer no mundo real.
As coisas ficam ainda mais malucas quando o filme chega na compra no submarino propriamente dito e nos planos de Tony Yester de roubar parte do dinheiro que o Cartel de Cali tinha dado a ele para compra, sendo que Juan e Tarzan também tinham os próprios planos de embolsar parte do dinheiro do Cartel, o que, logicamente, era uma receita para desastre.
Apesar da história pitoresca que narra, o filme é estranhamente quadrado em sua estética, recorrendo aos lugares comuns do documentário com entrevistados sentados e imagens de arquivo, o que não faz jus à natureza aloprada do que está contando. Ocasionalmente a montagem investe em uma oposição bem humorada de diferentes depoimentos, como o instante em que um agente do DEA fala que entrar em uma base que abrigasse submarinos era extremamente difícil e o filme rapidamente corta para uma fala de Tarzan dizendo como conseguiram entrar facilmente em uma base militar russa. Em alguns momentos o filme usa uma trilha musical que parece remeter aos filmes da franquia Onze Homens e um Segredo, para dar agilidade e bom humor às narrações dos golpes perpetrados pelos personagens, mas acaba sendo para esteticamente dar a dimensão do quão insólito foram aqueles acontecimentos.
Operation Odessa
diverte pela bizarra história real que conta, mas sua estética é convencional
demais para uma trama tão pitoresca.
Nota: 6/10
Trailer
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