É curioso que apesar dos créditos iniciais trazerem uma estética visual e musical que remete aos filmes de blaxploitation dos anos 70, mas o restante do filme nunca investe nesse clima, preferindo ser o mesmo tipo de história criminal urbana com ambientes cinzentos e com baixa saturação de cor que Hollywood vem fazendo nos últimos anos. Uma pena, já que uma pegada mais próxima do blaxploitation poderia dar algum grau de personalidade ao filme.
O principal problema nem é a trama genérica, mas a ausência de qualquer senso de conflito, consequência ou perigo. Quando Mary mata o membro de uma gangue rival para proteger Danny, imaginamos que esse será o conflito central, mas não, isso é rapidamente resolvido. Mary apenas mata um outro gângster e o aponta como culpado do assassinato que ela mesma cometeu e pronto, crise resolvida e os criminosos rivais nunca mais aparecem. Em outro momento, Benny revela a Danny que Mary matou o pai dele e pensamos que isso provocará uma crise entre os dois protagonistas. O conflito, porém, nunca vem, já que tudo se resolve rapidamente entre Benny e Danny, com Danny inclusive dizendo que preferia ter ido morar com a mãe quando os pais se divorciaram ao invés de ter ficado com o pai.
A ação é igualmente desprovida de perigo ou urgência, já que Mary despacha facilmente todos os adversários que aparecem no caminho dela sem precisar de muito esforço. Perto do final ela chega a se ferir e imaginamos que isso será um problema para a personagem nos conflitos que virão, mas não, ela continua a massacrar os inimigos sem que o ferimento faça qualquer diferença. Apesar da química sincera que há entre Mary e Danny, o texto nunca desenvolve essa relação ao ponto de envolver ou emocionar como deveria e, assim, o principal ponto forte do filme acaba subaproveitado.
Genérico e desprovido de drama ou tensão, Proud Mary não tem muito a oferecer além
de um filme de ação esquecível.
Nota: 4/10
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