terça-feira, 16 de março de 2021

Crítica – Dia do Sim

 

Análise Crítica – Dia do Sim

Review – Dia do Sim
Quando vi os trailers deste Dia do Sim me pareceu que seria basicamente uma versão infantil de Sim, Senhor (2008) e, bem, é exatamente isso. Tem as mesmas mensagens sobre se abrir a novas experiências, sair da zona de conforto ao mesmo tempo em que lembra que é possível (e necessário) dizer não em certos momentos. Mesmo com toda a sensação de conteúdo reciclado, esperava que fosse ao menos divertido. A questão é que enquanto o filme estrelado por Jim Carrey conseguia trazer situações absurdas e alguma ponderação dotada de emoção genuína sobre como nos fechamos para a vida ao nosso redor, Dia do Sim não consegue fazer nenhuma dessas coisas.

Na trama, o casal Allison (Jennifer Garner) e Carlos (Edgar Ramirez) está em um relacionamento estagnado e com problemas com os três filhos que os acham muito controladores e repressores, principalmente Allison. Quando a escola chama a atenção do casal pelo modo como lidam com os filhos, os protagonistas decidem tentar um “dia do sim”, um dia em que dizem sim para tudo que os filhos pedirem.

É claro que todos irão aprender importantes lições de vida, com Allison aprendendo a ser mais permissiva e Carlos aprendendo a ser mais rígido, assim como os filhos vão conhecer facetas de seus pais que ainda não conheciam e a ver o mundo sob o prisma de responsabilidade deles. Tudo isso é previsível desde os primeiros dez minutos de filme e apesar do elenco conseguir ter uma química boa o suficiente para acreditarmos que são uma família, a relação deles não envolve como deveria.

Jennifer Garner e Edgar Ramirez tentam trazer alguma emoção genuína nos momentos mais quietos, como na cena em que os dois estão presos ou o momento em que Allison sobe no palco de um show para chamar a atenção da filha mais velha. Os atores, no entanto, são sabotados por diálogos excessivamente expositivos que explicam de maneira pouco orgânica as mensagens do filme ou trazem discussões rasas sobre pedagogia parental.

Os momentos de comédia também falham em trazer algo senso de absurdo ou de encantamento e todo o filme mais parece uma grande colagem de esquetes de alguma gincana televisiva para alegrar as crianças costurados com os diálogos mais sérios de Allison e Carlos para trazer algum subtexto aos pais que assistem junto com os filhos. Soa como algo milimetricamente pensado por um comitê de executivos de estúdio para maximizar o público alvo do produto do que algo genuinamente pensado para entreter e/ou educar.

É uma pena, pois Dia do Sim tinha potencial para ser algo cheio de humor e afeto, mas termina como um produto, desconjuntado, sem personalidade, que falha em entreter e emocionar.

 

Nota: 5/10


Trailer

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