terça-feira, 25 de maio de 2021

Crítica – Resident Evil: Village

 

Análise Crítica – Resident Evil: Village

Review – Resident Evil: Village
Me surpreendi positivamente com a maneira com a qual Resident Evil 7: Biohazard reinventava a famosa franquia de survival horror da Capcom investindo ainda mais no terror e no gerenciamento de recursos. Depois de dar nova vida à série, a Capcom decidiu continuar a história de Ethan Winters misturando elementos do jogo anterior com muitas mecânicas de Resident Evil 4, que considero o melhor da série, neste Resident Evil: Village.

A trama se passa alguns anos depois dos eventos na propriedade dos Baker. Ethan e Mia agora vivem na Europa com a filha recém-nascida Rose, protegidos por Chris Redfield e BSAA. Isso até que Chris invade a casa deles, mata Mia, leva Rose embora e captura Ethan. O comboio que levava Ethan preso é atacado e ele se vê em uma estranha vila no interior europeu que é povoada por estranhas criaturas. Quem lidera essas criaturas é a misteriosa Mãe Miranda, que aparentemente pegou Rose. Assim, Ethan precisa derrotar os quatro lordes monstros que governam a vila para chegar até Mãe Miranda.

Se o jogo anterior era mais focado no horror, com segmentos bem limitados de combate e pouca variedade de inimigos, aqui, tal como em Resident Evil 4, o jogo tenta equilibrar mais entre horror e ação. As mecânicas de crafting e gerenciamento de espaço no inventário retornam, mas agora o inventário é mais similar às caixas que Leon carregada consigo em Resident Evil 4. Também do quarto jogo vem a figura do mercador, que constantemente oferece novos itens e upgrades ao protagonista. Os inimigos agora deixam itens ou dinheiro quando são derrotados, o que faz este mais generoso com os recursos que o quarto jogo.

O combate traz mais variedade de inimigos, indo de lobisomens a mortos vivos, passando por gárgulas, vampiros e abominações mecânicas. Essas criaturas são velozes e requerem alguns tiros para serem derrotadas, o que obriga o jogador a estar em constante movimento, usar o ambiente ao seu favor para afunilar inimigos ou criar barricadas dentro das casas, como no quarto jogo. No Playstation 5 os gatilhos adaptativos ajudam a dar mais personalidade a cada arma, com pistolas sendo mais suaves de apertar o gatilho e escopetas sendo mais “duras”, por exemplo, nos ajudando a sentir o peso e impacto de cada disparo. O arsenal de armas, por sinal, é mais variado que no jogo anterior.

Como em outros jogos, também existem momentos com quebra-cabeças a serem resolvidos, embora qualquer jogador atento perceba que sempre existem instruções disponíveis no cenário próxima a eles. Apenas alguns quebra-cabeças opcionais são verdadeiramente desafiadores. Assim como no jogo anterior, nos ambientes de cada um dos lordes sempre há alguma criatura poderosa e praticamente invencível à espreita, obrigando o jogador a estar sempre atento para evitar essas ameaças que vãos desde a alta vampira Lady Dimitrescu (que infelizmente aparece por menos tempo do que a divulgação do jogo dava a entender) ou o bebê gigante deformado que persegue Ethan na mansão Beneviento.

O fluxo é menos linear, com algumas áreas abertas a exploração que oferecem algumas atividades secundárias que permitem coletar tesouros para obter mais dinheiro para o vendedor, armas e melhorias opcionais e a possibilidade de caçar para fazer alguns pratos que ampliam a defesa e energia de Ethan. Em termos de narrativa, Ethan continua sendo um personagem pouco desenvolvido e não muito interessante, enquanto Chris aparece relativamente pouco e impacta menos na trama do que se imaginaria. O mesmo pode ser dito das relações entre a Mãe Miranda e Umbrella, já que a iconografia da empresa farmacêutica é vista bastante pela vila, mas o roteiro tem menos a dizer sobre isso do que se esperaria. O trecho final traz um foco maior na ação, com grandes arenas e inimigos numerosos que mais parecem algo saído dos últimos Doom, o que deve desagradar quem esperava algo mais focado pra o horror, embora estar cercado por dezenas de monstros precisando lutar para sobreviver seja, em si, uma forma de terror.

Resident Evil: Village une com habilidade novos e antigos elementos da franquia para ampliar o que foi feito no jogo anterior, mesmo que a trama deixe um pouco a desejar e os quebra-cabeças sejam relativamente simples.

 

Nota: 8/10


Trailer

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