terça-feira, 15 de junho de 2021

Crítica – Final Fantasy VII Remake: Intermission

 

Análise Crítica – Final Fantasy VII Remake: Intermission

Review – Final Fantasy VII Remake: Intermission
Havia uma imensa expectativa em Final Fantasy VII Remake. Era um jogo esperado há muitos anos, que sofreu atrasos na produção, com uma escolha polêmica (ainda que relativamente compreensível para manter toda a trama do original) de dividir em episódios (embora a falta de clareza em termos de quantos serão é preocupante), além mudanças no gameplay e outros elementos davam motivos para se preocupar. Felizmente o jogo não era apenas um excelente remake, mas um excelente game por si só, que redefinia todo o universo construído e aprofundava os personagens, justificando a divisão em episódios, ainda que o final vire uma bagunça desnecessária.

Pois quase um ano depois o jogo ganha uma versão para as novas gerações em Final Fantasy VII Remake Intergrade que traz melhorias gráficas, como iluminação dinâmica, efeitos de névoa e partícula melhorados e tempos de carregamento mais rápido. Além disso, traz uma expansão que é exclusiva para a nova geração em Final Fantasy VII Remake: Intermission, uma história curta protagonizada pela ninja Yuffie, que no jogo original aparecia só mais adiante na trama e era uma personagem opcional.

Aqui, acompanhamos Yuffie em sua tentativa de se infiltrar em Midgar para tentar roubar poderosas Materias da Shinra. Em sua jornada ela é auxiliada por Sonon, também um guerreiro de Wutai. Ambos trabalham com uma célula do grupo eco-terrorista Avalanche, mas é um grupo diferente daquele composto por Cloud, Barret e os demais. Cronologicamente, a trama da expansão se passa entre o fim do ataque ao segundo reator e a destruição do pilar do setor 7.

Em termos de gameplay o combate e a exploração são praticamente os mesmos do jogo base. O combate é veloz e em tempo real, com o jogador usando ataques básicos para encher a barra de tempo e usar habilidades e magias. Lutar contra inimigos aéreos é menos desajeitado do que no jogo base, já que mesmo descontando as armas de longo alcance, Yuffie pode se aproximar desses adversários sem muita dificuldade, algo que não acontecia no jogo principal com nenhum personagem que lutava corpo a corpo.

Yuffie e Sonon são os dois únicos personagens no grupo, sendo que só é possível controlar Yuffie diretamente, podendo apenas dar ordens a Sonon. A ninja pode arremessar seu shuriken para atacar a distância e enquanto está sem armas usa ninjustsus para atacar, podendo até mudar o elemento desses ataques mágicos. A impressão é que essa expansão é um grande teste para mecânicas e elementos que virão em episódios futuros e para a equipe de desenvolvimento já ir se acostumando em programar para consoles da nova geração.

Uma das novas mecânicas é a da sinergia, que faz Yuffie e Sonon atacarem ao mesmo tempo, aumentando o atordoamento dos inimigos. Enquanto estão com sinergia ativada, os dois heróis atacam ao mesmo tempo e podem usar certas habilidades especiais em conjunto (algo como os ataques combinados de Chrono Trigger). Imagino que isso, de algum modo, está sendo pensado para também ser usado nos próximos capítulos do remake, com os demais personagens.

Outra adição é o minigame Fort Condor, que remete ao minigame necessário para defender a fortaleza homônima no jogo original e que aqui vira um jogo de tabuleiro que os personagens podem jogar. É relativamente similar ao jogo original, precisando escolher entre diferentes unidades para defender sua fortaleza enquanto ataca a do inimigo. Eu me surpreendi com a densidade estratégica apresentada aqui e nos embates mais complicados foi necessário conhecer bem cada unidade e tabuleiro para poder superar seus adversários.

Mesmo com minigames e batalhas opcionais em realidade virtual a expansão é relativamente curta. Se você focar apenas na trama principal pode terminar em cerca de quatro horas e mesmo fazendo todo conteúdo opcional, deve ser possível fechar tudo em umas sete horas. A trama ajuda a entender melhor as motivações de Yuffie e o motivo dela estar sozinha no continente bem longe de sua terra natal, além de introduzir na continuidade principal as forças da Deepground, uma divisão secreta da Shinra que antes só tinha aparecido em Dirge of Cerberus. Se isso significa que a Deepground aparecerá mais nos próximos episódios do remake, principalmente quando Vincent entrar no grupo, ainda é cedo para dizer.

De todo modo, Final Fantasy VII Remake: Intermission é uma competente expansão que aponta os possíveis caminhos para os próximos episódios.

 

Nota: 8/10


Trailer

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