Na trama, Godzilla começa estranhamente a atacar cidades humanas e as pessoas começam a pensar na criatura, que até então protegia o mundo de outros monstros, como uma ameaça. O aumento da agressividade do réptil atômico preocupa a pesquisadora Ilene (Rebecca Hall), que supervisiona o Kong na Ilha da Caveira e teme que Godzilla o ataque. Ao mesmo tempo, Madison (Millie Bobby Brown) desconfia que haja um motivo para os ataques de Godzilla, que não seja apenas agressividade irracional e decide investigar os eventos.
Como nos filmes anteriores há um excesso de personagens que raramente são desenvolvidos em algo interessante e apenas reproduzem tramas clichê. Considerando os três filmes nesse universo era de se esperar que o texto aproveitasse os personagens construídos até aqui, mas tirando Madison e o pai todos são novos e o filme precisa gastar um considerável tempo apresentando esses novos e inanes indivíduos. Muitos deles sequer fazem muita diferença na trama, como Josh (Julian Dennison), melhor amigo de Madison, ou Maia (Eiza Gonzalez), cuja extração da energia da Terra Oca poderia ser feita por qualquer outro membro da missão. São personagens que poderiam ser removidos sem qualquer perda para a trama principal e que deixariam mais tempo para desenvolver outros com mais potencial.
Um deles seria Ren Serizawa (Shun Oguri), que trabalha com o vilão Walter Simmons (Demian Bichir) na construção de uma arma para deter Godzilla. O sobrenome do personagem me faz inferir que ele tem parentesco com o Dr. Serizawa interpretado por Ken Watanabe nos dois filmes anteriores do Godzilla, mas isso nunca é explorado. Talvez o personagem estivesse trabalhando por um senso de vingança, querendo derrotar Godzilla por conta da morte de Serizawa em Godzilla: Rei dos Monstros (2019), no entanto isso nunca é exposto ou desenvolvido. O personagem poderia ser um antagonista com quem poderíamos simpatizar, o que daria alguma nuance à narrativa, mas ele é apenas uma folha em branco sem personalidade.
Ao menos o filme tem um ritmo mais ágil que os dois filmes anteriores do Godzilla, evitando uma duração muito inchada ou em tentar retardar o confronto entre os monstros titulares. A trama não perde tempo em fazer as duas criaturas se chocarem e entrega o prometido com várias lutas de monstros que empolgam pelo poder e selvageria das criaturas envolvidas. O filme também evita esconder demais as criaturas sob chuva, neblina ou noite, exibindo seus monstros em plena luz do sol para que os contemplemos em toda sua glória. As lutas entregam exatamente aquilo que prometiam, em especial o embate final em que Kong e Godzilla se aliam para enfrentar um inimigo poderoso.
Ainda que continue insistindo em
um excesso de personagens humanos insípidos, Godzilla vs Kong ao menos entrega embates de monstros bem
construídos o suficiente para divertir.
Nota: 6/10
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