sexta-feira, 25 de junho de 2021

Crítica – Lupin: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – Lupin 2ª Temporada

Review – Lupin 2ª Temporada
A primeira temporada de Lupin acabou com um tenso gancho que me deixou ansioso pelo que viria a seguir. Esta segunda parte cumpre o que promete ao entregar uma tensa disputa entre Assane (Omar Sy) e Pellegrini (Hervé Pierre) que leva a astúcia do protagonista ao limite.

A narrativa começa no ponto em que a primeira parte parou, com Raoul (Etan Simon) sendo sequestrado por um capanga de Pellegrini e Assane tentando localizá-lo. Na empreitada o ladrão acaba contando com a ajuda do policial Guedira (Soufiane Guerrab) que estava seguindo Assane no trem. A partir disso o protagonista entende que se não derrubar Pellegrini de uma vez por todas sua família será sempre alvo do empresário inescrupuloso.

Essa segunda temporada tem um ritmo mais ágil e mais movimentado que o primeiro ano por conta do crescente de tensões entre herói e vilão. A narrativa é competente em estabelecer ambos como oponentes formidáveis, sempre tentando antecipar os passos do adversário para pegá-lo de surpresa. Se a temporada anterior forçava algumas situações em que Assane agia de uma maneira ingênua que era contrária à sua personalidade apenas para dar aos vilões algum momento de vantagem, aqui as situações em que ele se vê acuado pelos inimigos soam mais críveis como os ardis de uma mente que entendeu as vulnerabilidades do protagonista.

Vemos como Assane está sempre preparado no episódio que mostra sua fuga pelos túneis apertados das catacumbas de Paris, do mesmo modo que o golpe final contra Pellegrini reforça a engenhosidade do protagonista. Além dos ardis mirabolantes, a temporada também encontra espaço para explorar o lado mais sedutor e manipulador do ladrão no episódio que foca nos esforços dele para trazer Juliette (Clotilde Hesme) para seu lado, mostrando como o carisma e pode de convencimento de Assane são tão grandes que ele é capaz até mesmo de convencer uma filha a trair o próprio pai.

O principal defeito da temporada é que em muitos momentos, principalmente nos episódios iniciais, a trama recorre a expedientes desonestos para causar surpresa no espectador. A narrativa nos mostra algo acontecendo apenas para minutos depois voltar no tempo e revelar que as coisas ocorreram de um modo muito diferente do que fora inicialmente mostrado. Isso dá a incômoda sensação de que a trama pode simplesmente inventar qualquer reviravolta que quiser simplesmente por corrigir a cronologia dos eventos.

Um momento em que isso fica evidente é já no primeiro episódio quando Asssane tenta resgatar o filho preso no porta malas de um carro em chamas, mas o carro explode antes que o protagonista se aproxime, nos fazendo temer que Raoul tenha morrido na explosão. No entanto, no episódio seguinte ficamos sabendo que Guedira chegou primeiro no local e retirou Raoul do carro momentos antes. Só há um problema nisso: quando Assene se aproxima do carro, o porta mala estava completamente fechado, o que em retrospecto não faz sentido quando vemos a cena de Raoul sendo resgatado, fazendo toda a revelação soar forçada. Seria, inclusive, algo simples de resolver, bastava mostrar o porta-malas levemente aberto quando Assane se aproximasse dele.

Ainda assim, a segunda parte de Lupin continua sendo um envolvente suspense graças ao carisma de Omar Sy e ao crescente de tensão na disputa entre o protagonista e seu adversário.

 

Nota: 8/10


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