quarta-feira, 9 de junho de 2021

Crítica – Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown

 

Análise Crítica – Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown

Review – Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown
Tive pouco contato com a franquia Virtua Fighter. Lembro brevemente de ter jogado os dois primeiros jogos em fliperama e o péssimo port do primeiro jogo para Mega Drive. Sempre fui mais interessado em jogos de luta 2D como Street Fighter, The King of Fighters ou Mortal Kombat, então nunca fui muito de jogar esses games 3D como Virtua Fighter ou Tekken. No entanto, fiquei curioso para conferir essa tentativa da Sega em reviver sua franquia de luta com este Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown, uma espécie de remaster de Virtua Fighter 5: Final Showdown originalmente lançado há quase 12 anos atrás.

Os gráficos e modelos de personagem foram refeitos da Dragon Engine, motor gráfico usado na série Yakuza. Os personagens ganharam mais detalhamento e texturas, aproximando-os da qualidade de um game contemporâneo e toda a interface foi refeita também para melhorar a qualidade visual. Efeitos de luz e saturação de cor foram melhorados e soam mais realistas. Os cenários, por sua vez, receberam melhorias, mas não tem tanta qualidade quanto os modelos dos personagens e mostram um pouco a idade.

O gameplay, no entanto, segue intocado e é o ponto alto do jogo. De início há algum estranhamento já que o layout dos botões e os tipos de comandos são um pouco diferentes do que encontramos em outros jogos de luta tridimensionais como Tekken ou Soul Calibur. No entanto, depois que nos adequamos às mecânicas específicas de bloqueio ou ataques com salto, comecei a perceber a complexidade que existia por trás da aparente simplicidade de seus poucos botões (um para chute e um para soco) que depende de combinações direcionais para fazer diferentes ataques.

Confesso que subestimei a jogabilidade de Virtua Fighter no quanto ela é fluida e intuitiva, ainda que combos mais complexos (como em qualquer jogo de luta) realmente demandem tempo e paciência com uma íngreme curva de aprendizado. Os cerca de vinte lutadores disponíveis são bem variados entre si, justificando a experimentação com cada um deles, mas, ao mesmo tempo, são relativamente balanceados.

O principal problema, entretanto, está na apresentação e variedade de modos. Nos modos online, que parecem ser o foco aqui temos as tradicionais partidas ranqueadas e também os lobbies. É possível criar salas para até 16 jogadores e estabelecer diferentes regras, como uma estrutura de torneios ou algo no estilo fliperama em que quem ganha continua jogando enquanto que quem perde dá lugar a um novo desafiante. Esses lobbies tem funções de espectadorialidade permitindo quem não está jogando assistir as partidas e também alguns emojis e frases prontas para facilitar a comunicação.

Eu temi pela qualidade do online pelo fato de estar jogando com um netcode de mais de dez anos e com uma estrutura delay based ao invés do rollback que tem sido usado em jogos de luta recentes para diminuir o lag dos comandos e dar mais estabilidade. O que encontrei, no entanto, foi surpreendentemente funcional, no qual mesmo partidas com pessoas em outros lugares do mundo fluíam sem grandes quedas na sincronização. Ainda que dê para sentir um perceptível atraso na resposta dos comandos, não é algo tão severo quanto eu esperava para algo tão antigo.

Quem busca modos off-line, por outro lado, vai ficar decepcionado, já que o jogo não oferece muito nesse sentido. Há um modo arcade no qual você enfrenta uma série de oito adversários até chegar na chefe Dural que é bem simples, sem finais específicos para cada personagem ou contexto com a história. O único outro modo off-line é o versus local para dois jogadores, mas não há a opção de lutar contra a CPU no versus, algo que se tornou padrão em jogos de luta faz tempo. Há também o tradicional modo de treino com alguns tutoriais para ensinar as mecânicas básicas, mas sem a profundidade de games recentes como Mortal Kombat 11. Assim, para quem não se interessa por se manter jogando online, não há muito conteúdo ou variedade, faltando uma série de modos que se tornaram comuns no gênero.

Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown é um promissor retorno à franquia de luta da Sega graças a sua ótima jogabilidade e balanceamento de personagens, pecando apenas pela falta de variedade de modos. Espero que a desenvolvedora use esse retorno para trazer um novo Virtua Fighter, já que esse relançamento deixa claro o quanto o jogo ainda consegue ser relevante.


O jogo está disponível para Playstation 4 e Playstation 5 (via retrocompatibilidade).


Nota: 7/10


Trailer

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