sexta-feira, 9 de julho de 2021

Rapsódias Revisitadas – O Castelo de Cagliostro

 

Análise Crítica – O Castelo de Cagliostro

Review – O Castelo de Cagliostro
Hayao Miyazaki é reconhecido como um dos principais (e talvez “O” principal) diretores de animação do Japão. Ele produziu obras memoráveis como Meu Amigo Totoro (1988), Princesa Mononoke (1997) ou A Viagem de Chihiro (2001). A estreia de Miyazaki na direção de um longa animado aconteceu em 1979 neste O Castelo de Cagliostro.

O filme levou aos cinemas o protagonista do mangá Lupin III. Um descendente do ladrão homônimo criado da literatura por Maurice Leblanc, Arsene Lupin III é um charmoso criminoso capaz de audaciosos roubos, embora dotado de um certo senso de moral e justiça. Na trama, depois de roubar um cassino com seu aliado Jigen, Lupin descobre que o dinheiro era falso. Lupin e Jigen vão ao pequeno país de Cagliostro desvendar o mistério das notas falsificadas e lá se defrontam com a jovem Clarisse, que foi capturada pelo Conde Cagliostro e está sendo forçada a casar com ele para que ele tome os tesouros do país.

É uma narrativa repleta de humor e aventura, que já mostra a capacidade Miyazaki para nos encantar com seus personagens e também evidencia a inventividade visual do realizador. O castelo do título é repleto de passagens secretas, armadilhas e dispositivos de segurança e sempre surpreende tanto pela criatividade desses espaços como a inventividade do protagonista em sempre levar a melhor sobre seus adversários.

Se os filmes posteriores de Miyazaki são um pouco tranquilos e contemplativos, aqui o diretor injeta um senso de humor enérgico e um ritmo ágil que suas outras tramas não chegam exatamente a alcançar. Claro, muita dessa energia vem muito da personalidade do protagonista, um ladrão sempre em movimento, lidando com múltiplas ameaças ao mesmo tempo e traçando vários ardis para conseguir o que quer. Por outro lado, aqui ele nunca alcança a força emocional de suas obras posteriores, funcionando mais como uma aventura despretensiosa, do que algo com uma construção dramática mais envolvente.

Visualmente o filme impressiona não apenas pela já citada criatividade e senso de deslumbramento que Miyazaki traz para os ambientes e cenas de ação, mas também pela própria qualidade da animação e expressividade de seus personagens, já que em 1979 poucas produtoras e realizadores eram capazes de fazer um produto com animações tão fluidas, capazes de rivalizar com a gigante Disney, e que se sustentam perfeitamente mesmo quando vistas hoje, décadas depois de seu lançamento.

Desta maneira, O Castelo de Cagliostro é uma aventura deliciosa, cheia de charme e de bom humor que já mostrava o grande talento de Hayao Miyazaki.


Trailer

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