quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Crítica – Marvel’s Avengers: War For Wakanda

 

Análise Crítica – Marvel’s Avengers: War For Wakanda

Review – Marvel’s Avengers: War For Wakanda
Não dá para dizer que Marvel’s Avengers teve um lançamento suave. Embora apresentasse uma ótima campanha single player, o jogo se perdia em um componente online com pouco conteúdo, missões repetitivas e um sistema de progressão de equipamentos entediante. As primeiras expansões envolvendo Kate Bishop e o Gavião Arqueiro davam mais personagens e boas histórias, mas traziam pouca variedade em termos de novos inimigos e mecânicas. Nesse sentido, War For Wakanda, a maior das três expansões até aqui, representa um passo na direção certa, oferecendo novos inimigos, mecânicas e ambientes.

A trama começa quando T’Challa detecta a invasão de Ulysses Klaue e seu grupo de mercenários a Wakanda. Klaue quer roubar o vibranium do país, mas os equipamentos dele causam instabilidade no minério o que cria vários problemas. O Pantera Negra parte para conter a invasão e logo recebe os demais Vingadores a Wakanda, que vieram pedir ajuda ao rei para lidar com os problemas de instabilidade do vibranium que afetam o mundo inteiro. Assim, os Vingadores auxiliam o Pantera a lidar com Klaue para recrutar a ajuda dele. O T’Challa encontrado aqui é diferente do jovem monarca dos filmes da Marvel, sendo um rei mais experiente e confiante que já ganhou o respeito de seu povo e se beneficiando da dublagem poderosa de Christopher Judge (que fez o Kratos no último God of War) que confere autoridade e imponência ao Pantera.

Desde a primeira missão da campanha do Pantera Negra, já sentimos que o conteúdo tem uma identidade própria, se diferenciando dos espaços da campanha principal. A selva de Wakanda é exuberante e no meio dela encontramos templos antigos que remetem a coisas saídas da franquia Tomb Raider com direito a alguns quebra-cabeças a resolver, o que oferece frescor à jogabilidade, saindo dos mesmos objetivos de sempre.

O sentimento de um interesse em mecânicas variadas é reforçado já na batalha contra o chefão Ossos Cruzados, que envolve não apenas uma luta contra o vilão, mas a destruição de um canhão sônico ao mesmo tempo. Isso faz o jogador ter que alternar entre o inimigo e destruir o canhão, dando outra camada estratégica ao combate além de apenas bater no chefão até ele cair. Desde o início sempre comentei como o jogo carecia de batalhas criativas contra chefes e fazia pouco uso da ampla galeria de vilões da Marvel. Aqui, ao inserir um outro vilão além de Klaue, os desenvolvedores mostram que estão dispostos a trazer novos chefes. Além do Ossos Cruzados a expansão traz um novo conjunto de inimigos na forma dos mercenários que servem Klaue e eles também tem seus próprios ataques e mecânicas, o que ajuda a dar novidade aos combates.

O Pantera Negra é um personagem ágil e poderoso, funcionando como um meio termo entre a Viúva Negra e o Capitão América. O principal diferencial dele é como suas habilidades causam vários buffs e debuffs. Seu ataque à distância consiste no arremesso de adagas de vibranium que além de causar dano diminuem a defesa dos inimigos. Suas habilidades heroicas podem ser melhoradas para oferecer mais buffs ao herói e aliados ou debuffs aos inimigos, dando ao Pantera algumas funções de suporte. Ele também requer certa precisão para ser eficiente, já que depende de bloqueios para acumular energia no traje que depois pode ser usada para causar dano ou fortalecer o herói por breves momentos. Ele requer um uso estratégico de suas mecânicas e saber encadear cada habilidade no momento certo para maximizar a eficiência.

Apesar da ótima campanha, a expansão não resolve os problemas do componente de live service do jogo, já que o grind por níveis de poder através da melhoria de equipamentos continua problemático por conta do funcionamento desinteressante do loot encontrado. Cada equipamento dá incrementos percentuais aos atributos, mas raramente sentimos que isso faz diferença na maneira que jogamos já que eles fazem pouco para oferecer novos elementos estratégicos ou abordagens ao combate. Eles não requerem muita análise ou decisão do jogador, basta escolher o equipamento com o nível de poder mais alto e seguir adiante. É preciso rever o funcionamento desse sistema de equipamentos para que caçar loot seja algo realmente empolgante e que esses equipamentos façam a diferença.

Desta maneira, apesar da nova campanha ser a melhor do jogo até aqui e apontar mudanças na direção correta, War for Wakanda ainda não consegue corrigir o sistema de progressão de equipamentos desinteressante.

 

Nota: 7/10


Trailer

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