Isso deveria dar início a uma louca onda homicida que deveria, ao menos, ser divertida, mas falta ritmo à progressão da trama e criatividade nas cenas de ação. A narrativa parece andar em círculos, com ela indo e voltando aos mesmos lugares, fluindo mais lentamente do que se esperaria de uma vingança furiosa. Já a ação nunca consegue convocar toda a brutalidade que os diálogos dizem que a personagem ou mesmo o exagero de suas supostas habilidades. Aqui e ali ela espanca alguns grupos de bandidos, mas nada que chegue remotamente perto de filmes de ação recentes como Atômica (2017) ou a franquia John Wick.
Ocasionalmente o filme pende para o absurdo ao tratar a condição singular da protagonista, como suas constantes fantasias em matar as pessoas ao seu redor ou a divertida cena em que ela foge arremessando bebês na policial (Laverne Cox) que a persegue. Esses momentos, no entanto, são breves lampejos de entretimento em um filme de ação que carece da agilidade necessária para funcionar.
Kate Beckinsale consegue fazer de Lindy alguém minimamente carismática para nos importarmos com ela, mas o restante do elenco fica preso a personagens genéricos e desprovidos de personalidade que tornam tudo desinteressante. Há uma tentativa de surpreender com a reviravolta final, mas o desfecho se alonga mais do que necessário (mesmo com curtos 90 minutos) apenas para forçar um gancho de continuação.
Jolt: Fúria Fatal tinha potencial para ser um filme de ação
divertido, mas carece de intensidade, energia e personalidade para funcionar
como a aventura acelerada e amalucada que tenta ser.
Nota: 4/10
Trailer
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