Na trama, o casal Charlie (Aaron Jakubenko) e Kaz (Katrina Bowden) trabalham levando turistas em ilhas próximas via hidroavião ao lado do funcionário Benny (Te Kohe Tuhaka). Um dia, eles levam o casal japonês Jo (Tim Kano) e Michelle (Kimie Tsukakoshi) para uma praia remota. Lá, o avião é atacado por um grande tubarão e acaba afundando, agora os cinco estão à deriva em um bote salva-vidas sem recursos ou rastreador e precisam sobreviver.
Alguns filmes conseguiram muito bem construir narrativas tensas ao redor da premissa de estar no meio do mar cercado por um (ou mais de um) tubarão, como Águas Rasas (2016), mas Grande Tubarão Branco faz isso pessimamente. Charlie e Kaz até convencem como um casal que está há muito tempo junto, mas todo o resto de personagens varia entre o inexpressivo e o caricato, com Benny e Jo sempre descambando para um exagero patético.
Fica difícil torcer para a sobrevivência dos personagens quando Jo age o tempo inteiro como um babaca egocêntrico que exalta a própria inteligência e capacidade de avaliar riscos, sendo que ele não tem qualquer conhecimento a respeito daquela situação específica e não tem nada de útil a contribuir. Não faz sentido que ele critique e questione o tempo todo as decisões de Charlie quando ele próprio não tem a menor ideia de como lidar com a situação. A impressão é que isso existe para forçar algum conflito ou tensão, já que, caso contrário, eles ficariam sentados no bote sem nada para fazer.
O estranho flerte entre Benny e Michelle nunca vai para lugar nenhum. As caras e bocas de Benny tentando toscamente soar sedutor são o mais perto que o filme chega e alguma comicidade involuntária. Eu imaginei que eventualmente seria revelado que os dois estão tendo um caso e que isso geraria algum conflito, mas não, Benny é só um idiota flertando com uma mulher casada na frente do marido (cliente dele por sinal) em um momento de crise. Mais um motivo para querer que todas essas pessoas morram de uma vez e que o tempo do filme seja abreviado.
Não ajuda que o tubarão seja tão tosco, gerado por uma computação gráfica nem um pouco convincente que parece saída das cutscenes de algum jogo de Playstation 2. O mais impressionante é como o filme faz questão de exibir essa criatura tosca o tempo todo ao invés de reconhecer as limitações e trabalhar mais com a sugestão da presença da criatura, como Spielberg fez em Tubarão (1975) quando seu animal animatrônico não funcionava a contento, do que insistir em explicitamente mostrar o bicho.
O clímax piora tudo com situações absurdas, como o sacrifício de Charlie para tentar salvar Kaz. Ele se coloca na frente do tubarão com um sinalizador e erra o disparo, tendo morrido a troco de nada. Seria melhor que ele pelo menos tivesse acertado um olho ou causado algum dano à criatura, ao menos assim sua morte pareceria menos patética e um pouco mais heroica de alguém que literalmente morreu atirando. O grunhido de dor que o tubarão solta ao ser ferido por Kaz e Michelle no final só não é pior do que o tubarão que ruge como um leão de Tubarão 4: A Vingança (1987).
Entediante, vazio e incapaz de
gerar qualquer sentimento de medo ou apreensão Grande Tubarão Branco sequer consegue funcionar como uma porcaria
divertida.
Nota: 2/10
Trailer
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