quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Crítica – A Jornada de Vivo

 

Análise Crítica – A Jornada de Vivo

Review – A Jornada de Vivo
Produzido pela Sony Animation e distribuído pela Netflix, A Jornada de Vivo é aquele tipo de animação infantil que tem a mesma trama que já vimos em dezenas de outros produtos similares. A produção, no entanto, charme o bastante para funcionar como uma diversão sem compromisso graças à energia de seus números musicais.

A narrativa é protagonizada pelo jupará Vivo (voz de Lin Manuel Miranda) que vive em Cuba com o músico Andrés e juntos fazem shows de rua. Quando Andrés morre depois de receber uma carta de seu antigo amor Marta (voz de Gloria Stefan) chamando-o para um show em Miami, Vivo decide ir para os Estados Unidos entregar a Marta a canção que Andrés compôs para ele. Para alcançar o seu destino, ele terá ajuda de Gabi, sobrinha-neta de Andrés que mora nos EUA e vem a Cuba com a mãe para o funeral de Andrés.

Vivo e Gabi fazem a típica dupla de opostos que não se dá bem, mas que juntos aprenderão a cooperar e perceberão que um tem muito a ensinar ao outro. É o tipo de dinâmica que já conseguimos deduzir com poucos minutos de projeção e cujos desdobramentos e reviravoltas são fáceis de antever.

É relativamente previsível e o texto parece consciente disso ao adotar uma estrutura de road-movie, com encontros fortuitos com personagens pitorescos que ajudam a dar algum senso de conflito para trama. O dispositivo funciona porque consegue injetar personalidade nos sujeitos e criaturas encontradas ao longo da jornada, a exemplo da cobra dublada por Michael Rooker que odeia barulho. Não serve exatamente para dar substância aos protagonistas para irem além dos clichês, mas ao menos evita tornar a trama entediante.

A força e o principal atrativo, porém, reside nos números musicais. Cheios de energia, os números trazem ritmos latinos e caribenhos, que funcionam como vibrantes celebrações dessas culturas. São canções que ficam na cabeça, cujas letras que trazem a cadência particular das composições de Lin Manuel Miranda assim como aconteceu em Moana (2016) e Em Um Bairro de Nova York (2021). Alguns musicais até tem uma estética própria, adotando um visual que remete a animações 2D, que ajuda a torná-los mais marcantes dentro da estrutura visual do filme.

Assim, mesmo não tendo nada demais em sua trama, A Jornada de Vivo consegue envolver pela energia vibrante de seus números musicais.

 

Nota: 6/10


Trailer

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