Na trama, Kate (Mary Elizabeth Winstead) é uma assassina que está em missão no Japão para matar os líderes de uma grande família da yakuza. Esta seria sua última missão, mas quando está prestes a matar seu último alvo Kate passa mal e descobre que foi envenenada com um isótopo radioativo. Agora Kate decide buscar vingança contra aqueles que praticamente a condenaram a morte, correndo contra o tempo antes que morra pela contaminação radioativa.
Kate é o arquétipo da assassina que adquire consciência e resolve questionar as ordens, se engajando em uma jornada de reparação pelo sangue derramado. Do mesmo modo, a trama é uma jornada de vingança bem batida e até mesmo a reviravolta ao final que envolve o mentor de Kate, Varrick (Woody Harrelson), é relativamente previsível. Ainda assim, Winstead é competente em trazer o arrependimento de Kate, o desespero pela morte iminente e a raiva que move sua vingança. A atriz também consegue construir um laço sincero com a garota Ani (Miku Patricia Martineau), filha de um alto membro da yakuza e que fica sob a proteção de Kate. Assim, mesmo com a dinâmica manjada da assassina durona e a criança espevitada, a relação das duas tem personalidade o bastante para envolver.
O início do filme consegue imprimir um ritmo acelerado à narrativa (algo que faltou a Jolt, produção recente também sobre uma mulher em busca de vingança), mas conforme progride acaba caindo em uma estrutura repetitiva de Kate chegando em um lugar e matando todo mundo, conseguindo alguma pista para seu alvo, se deslocando a um novo lugar com uma cena que aumenta sua aproximação de Ani e depois chegando ao seu destino e matando todo mundo. É um loop narrativo que se repete tanto ao longo do filme que acaba ficando cansativo apesar das cenas de ação serem bem realizadas.
A produção aproveita bem as locações do Japão, fazendo a protagonista se mover por locais bem distintos como casas de chá, fliperamas ou concertos de J-Pop. Isso ajuda a dar alguma personalidade aos ambientes e a torná-los mais marcantes do que a maioria das produções similares, com o uso constante de tons de roxo nos espaços ou na luz contribuindo para uma visualidade bem distinta.
Além disso, a ação é muito bem conduzida, com planos mais longos que privilegiam a unidade de tempo e espaço dos embates e ajuda a ilustrar a eficiência brutal de Kate, a exemplo do momento em que ela corre pelo topo de prédios para perseguir um alvo ou a brutal luta na cozinha de um membro da yakuza. Há, no entanto, uma cena de perseguição de carros que abusa do uso de uma computação gráfica pouco convincente e isso acaba quebrando a imersão.
Ainda assim, mesmo com uma trama
batida e cheia de lugares-comuns, Kate entrega
cenas de ação e carisma o suficiente para funcionar como uma diversão
despretensiosa.
Nota: 6/10
Trailer
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