quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

 

Análise Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

Review – The Witcher: A Lenda do Lobo
Ainda que tenha sua parcela de problemas, a primeira temporada de The Witcher foi um grande sucesso para a Netflix, então era de se esperar que o serviço de streaming fosse expandir isso em novas temporadas da série e também em outros produtos. O longa animado The Witcher: A Lenda do Lobo vai exatamente nessa direção, contando uma história que se passa séculos antes de Geralt, focando em Vesemir, que se tornaria o mentor do conhecido bruxo de Rívia.

A trama conta a origem de Vesemir, mostrando como ele se tornou bruxo e também como a Escola do Lobo chegou próxima ao fim. Alternando entre passado e presente, vemos a infância do protagonista e o presente enquanto ele se envolve em uma conspiração para eliminar os bruxos da fortaleza ancestral de Kaer Morhen.

A narrativa toca em temas que são comuns às histórias protagonizadas por Geralt, como o preconceito, as desigualdades de classe e o fato de que muitos humanos são mais vis do que qualquer monstro irracional. Tudo isso está presente aqui conforme Vesemir deixa sua vida pobre para se tornar um bruxo e encontra Tetra, uma feiticeira movida por vingança que deseja eliminar os bruxos. Não há nada que nos dê uma compreensão mais profunda sobre isso que já não tenhamos visto na série principal, mas ao menos serve para ampliar o que sabemos sobre a história desse universo.

O fluxo da trama, principalmente na primeira metade, é atrapalhado pelas constantes idas e vindas do no tempo. Como as cenas alternam entre passado e presente constantemente, há a incômoda sensação de que os elementos principais da narrativa demoram a engrenar. Um problema que também estava presente na primeira temporada de The Witcher, embora aqui seja menos grave, já que temos mais clareza dessas transições.

Como a animação é relativamente curta, algumas coisas acabam não tendo o devido tempo de tela para impactarem como deveriam. A motivação da vilã ajudaria a dar mais nuance a ela, mostrando Tetra como algo mais do que alguém movida por preconceitos irracionais e sim alguém que testemunhou o quanto um bruxo pode, de fato, ser ameaçador, mas é apresentada muito rapidamente. Do mesmo modo, a relação entre Vesemir e Ilyana não tem o peso dramático que deveria porque nunca sentimos que Vesemir realmente a manteve na memória durante todo o tempo, desta maneira o reencontro e o desfecho dos dois não tem toda emoção que deveria.

A ação é veloz e sangrenta, mostrando como este é um mundo hostil e brutal no qual monstros, bruxos e feiticeiros podem destruir qualquer um sem muito esforço. Os poderes dos personagens são explorados de maneira criativa, como a cena em que Vesemir e Tetra trabalham juntos contra um basilisco ou todo o embate final envolvendo portais e ilusões.

Assim, The Witcher: A Lenda do Lobo consegue ser uma expansão competente deste universo ainda que o fluxo da trama tenha sua parcela de problemas.

 

Nota: 7/10


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