O problema é que lá pela metade da projeção, a trama decide abandonar o cenário de férias para focar no casamento de Marcus com Emily e as tentativas de Marcus em impressionar o sogro que não o acha digno de Emily. Assim, a narrativa meio que vira um Entrando Numa Fria (2000) genérico, já que o sogro nunca tem um motivo minimamente construído para detestar Marcus e o casal Ron e Kyla acaba relegado a um elemento de caos nessa tentativa de Marcus em impressionar o sogro.
A trama se desenvolve cheia de inconsistências, com os sogros de Marcus adorando o jeito inconveniente de Ron e Kyla em um instante, apenas para se chocarem com a conduta absurda deles em outro, como se eles mudassem de atitude e personalidade a cada cena por pura exigência de roteiro. Considerando que o roteiro tem seis pessoas creditadas nele, é possível que essas inconsistências venham do alto número de mãos interferindo no texto e as coisas acabam desconjuntadas.
O filme tem lá seus momentos inspirados de humor, a maioria deles localizados no primeiro ato, e alguns posteriormente, como a cena em que Marcus acidentalmente come um cogumelo alucinógeno. O problema é justamente o fato de que tudo isso soa desconjuntado da narrativa principal, já que muitos desses interlúdios cômicos dependem da conveniência do roteiro. No fim todo o conflito entre Marcus e o sogro se resolve fácil demais e majoritariamente fora de cena, quando o sogro sai para beber com os amigos de Marcus e quando volta já está convencido de que Marcus é um bom partido sem que tenhamos visto essa mudança de atitude ser devidamente construída, o texto nos informa ao invés de nos mostrar a resolução.
Com isso, apesar de alguns
momentos divertidos, Amizade de Férias acaba
sendo demasiadamente episódico, inconsistente e carente da anarquia que a
premissa promete.
Nota: 5/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário