A trama é protagonizada pelo casal Meera (Freida Pinto) e Henry (Logan Marshall-Green) que se muda para uma pequena cidade do interior em busca de uma vida mais tranquila depois que os problemas de saúde de Meera quase devastaram o casal. Um dia a casa deles é invadida por criminosos e Henry acaba matando os invasores com uma arma que tinha escondida. O evento deixa Meera fragilizada e ela busca entender o que os invasores queriam, já que eles estavam levando pouca coisa da casa. Aos poucos ela descobre ligações inesperadas com esses criminosos.
Os primeiros minutos conseguem criar um clima de tensão e insegurança conforme Meera se entrega à paranoia de temer novas ameaças e se sente fragilizada depois de ter a casa invadida. Quando a protagonista encontra a correspondência do marido na casa de um dos suspeitos, no entanto, as coisas começam a dar uma guinada para pior.
A partir desse ponto já fica muito evidente qual será a grande reviravolta envolvendo os criminosos, mas o filme se recusa a entregá-la, preferindo protelar a revelação inserindo mais e mais pistas que só tornam tudo desnecessariamente rocambolesco e fazem a trama soar arrastada apesar dos curtos noventa minutos de projeção. A narrativa se torna um entediante exercício de paciência conforme aguardamos a protagonista chegar a um entendimento que o público já conseguiu deduzir tempos atrás.
Quando a revelação de fato chega, ela não consegue causar nenhum efeito de choque ou surpresa porque era tão previsível. Cheguei a imaginar que o filme ainda teria outra grande virada, já que a revelação envolvendo Henry era tão evidente desde os primeiros minutos, porém nada acontece, é só aquilo mesmo que já era possível prever desde o início. A revelação, inclusive faz Logan Marshal-Green se entregar a um exagero caricato que é mais risível do que ameaçador e acaba não funcionando para o personagem.
O arco de Meera tenta falar alguma coisa sobre co-dependência, submissão ou relacionamento tóxico, mas se limita a falar desses temas de maneira tão passageira que eles nunca chegam a de fato reverberar na trama. Explorar mais essas ideias poderia dar mais conflito às revelações envolvendo Henry, a personagem poderia até tentar negar ou racionalizar as ações do marido para não abrir mão de sua dependência dele e isso renderia um drama e uma dinâmica mais complexa ao terço final. Como nada disso acontece, o clímax é bem genérico, com pouco no sentido de tensão, perigo ou drama.
Intrusion tem uma narrativa com reviravoltas tão óbvias e um fluxo
tão arrastado que não consegue construir o clima de paranoia e tensão que sua
trama tenta evocar.
Nota: 4/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário