segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Crítica – Ghostbusters: Mais Além

 

Análise Crítica – Ghostbusters: Mais Além

Review – Ghostbusters: Mais Além
Depois de uma tentativa de fazer um reboot da franquia com Caça-Fantasmas (2016), com novos personagens e uma nova continuidade, a Sony decide retornar ao universo dos filmes originais com este Ghostbusters: Mais Além. Dirigido por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman, que dirigiu os dois primeiros filmes, essa nova tentativa de recomeçar funciona simultaneamente como uma continuação e reboot.

Na trama, Callie (Carrie Coon) descobre que o pai, com quem não tinha contato, morreu e deixou uma fazenda decrépita para ela no interior de Oklahoma. Ela se desloca para a propriedade com os filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (McKenna Grace), uma gênia precoce que não tem uma boa relação com a mãe. Lá Phoebe descobre antigos equipamentos científicos do avô revelando que ele foi um dos Caça-Fantasmas que livrou Nova Iorque de ameaças sobrenaturais na década de 80 e que estava ali para conter uma poderosa entidade que todos achavam ter eliminado.

A trama demora a engrenar com o mistério sobre o avô de Phoebe se alongando desnecessariamente quando a identidade dele é óbvia desde o início (e já estava nos trailers). Sim, eu entendo que há um esforço de construir a dinâmica familiar entre Phoebe e mãe, focando em como elas não conseguem se entender e Phoebe constantemente se sente sozinha e deslocada por ser tão diferente da mãe e do irmão. Ainda assim, fica a impressão que a narrativa demora em entregar revelações que são bem evidentes desde o início.

A complicada relação entre Phoebe e Callie funciona por conta do trabalho de Carrie Coon e McKenna Grace. Coon consegue mostrar o afeto de Callie pela filha, mas olha para ela como se estivesse diante de um alienígena ou alguém que está a quilômetros de distância. Já Grace confere uma honestidade ingênua ao modo como Phoebe se entrega de corpo e alma a experimentos malucos ao mesmo tempo que exibe uma pontada de solidão em seu olhar e uma falta de traquejo social.

Esses personagens junto com alguns coadjuvantes como o professor Grooberson (Paul Rudd) ajudam a trazer sentimento e humor ao filme. Por outro lado, há vários momentos, seja relacionados à trama ou a gags cômicas, que existem exclusivamente para apelar para a nostalgia do expectador. Um exemplo é a aparição de Janine (Annie Potts) que aparece em uma cena que pouco agrega à trama e não tem qualquer função no filme. O mesmo acontece com as menções e eventual aparição de Ivo Shandor (J.K Simmons), o arquiteto responsável pelo arranha-céu que serviu de portal para Gozer (Olivia Wilde), que não faz qualquer diferença para a trama. A cena pós créditos traz dois personagens remetendo a uma das primeiras cenas do filme de 1984 e provavelmente só quem conhece o original vai entender a graça da situação.

É uma pena que boa parte do filme recorra a um nostalgismo raso, já que os personagens são carismáticos o suficiente para sustentar a trama e o clímax consegue equilibrar com habilidade a reverência ao passado e a abertura ao novo. O desfecho da trama traz uma bela homenagem ao legado do ator Harold Ramis (que interpretou o Egon), servindo como uma emocionante resolução ao drama familiar que está no cerne da história.

Assim, Ghostbusters: Mais Além oferece humor e aventura graças à boa construção de seus personagens e clímax emotivo, mas é prejudicado por uma trama que demora a se encontrar e por muitos momentos que existem meramente como um apelo à nostalgia.

 

Nota: 6/10


Trailer

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