O jogo traz cinco tabuleiros, cada um com seu próprio nível de dificuldade e estratégia, direto dos três primeiros jogos. Logicamente algumas mecânicas foram reajustadas para melhor balanceamento e para comportar algumas mecânicas como o uso de itens que não estavam presentes nos tabuleiros do primeiro Mario Party. A progressão é similar ao dos games clássicos, quatro jogadores em um tabuleiro competem para conseguir moedas e comprar estrelas para ganhar a partida. Cada tabuleiro tem também algumas mecânicas próprias, como a ilha do Yoshi, que permite trocar Toadette (que vende as estrelas) de lugar com Bowser, o laser gigante de Espaçolândia que remove moedas de quem estiver em seu caminho ou a complexa dinâmica entre dia e noite em Medolândia.
Apesar de alguns ajustes, as estratégias que você usava nesses tabuleiros na época do Nintendo 64 continuam valendo e mesmo com alguns elementos melhor balanceados o jogo não perde sua aleatoriedade ou imprevisibilidade. Em mais de uma partida que eu joguei o vencedor de definiu nas últimas rodadas, virando a partida ao encontrar uma estrela em um bloco escondido ou trocando as moedas com outro jogador ao cair na casa “hora da verdade”.
Uma novidade é a possibilidade de usar stickers para comentar as ações dos outros jogadores quando não é o seu turno de jogar. Os stickers trazem imagens engraçadas dos vários personagens e são acompanhados por efeitos sonoros, podendo ser usados para interagir ou infernizar os demais competidores mandando stickers sem parar. Assim, Mario Party Superstars mantem a diversão imprevisível e o potencial de destruir amizades que os melhores exemplares exibiam.
O jogo também oferece várias possibilidades de customizar as regras das partidas, definindo quantidade de turnos (podendo até aumentar a quantidade durante a partida), as regras para a distribuição de estrelas bônus que podem ser fixas, aleatórias ou removidas ou a escolha dos tipos de minigames que podem aparecer durante a partida, oferecendo categorias que abrangem tipos específicos ou minigames de uma determinada época (só minigames do N64 ou só do Gamecube por exemplo). Tudo isso ajuda o jogador a ter controle sobre as partidas selecionando as regras que acha mais justas ou mais divertidas. É possível também salvar o jogo no meio de uma partida e retomar depois, o que ajuda em caso de partidas mais longas.
Confesso, no entanto, que a quantidade de tabuleiros é um pouco menor que o esperado, já que a maioria dos Mario Party costuma apresentar ao menos seis tabuleiros e este traz apenas cinco. Seria bacana ter mais um do Mario Party 3 para fechar em dois tabuleiros de cada jogo do N64 e ter um pouco mais de variedade na escolha dos tabuleiros.
A curadoria dos minigames em geral fez ótimas escolhas entre os vários jogos da série, trazendo a maioria dos minigames mais divertidos de cada jogo. Alguns são um pouco parecidos (há mais de um minigame que envolve contar personagens que aparecem na tela), mas no geral são todos bem divertidos. Ao contrário de Super Mario Party, nenhum usa controles de movimento, apenas os botões e direcionais, uma escolha feita para tornar mais acessível a jogabilidade no Switch Lite ou no modo portátil da versão tradicional do console.
Sei que muita gente pode ficar decepcionada com isso, afinal controles de movimento tem lá sua graça, e talvez tivesse sido melhor se o jogo nos desse a opção de escolher entre controles tradicionais e de movimento. Falando em controles, não posso deixar de mencionar o absurdo que é a Nintendo não ter repensado os controles de alguns minigames que retornaram, em especial aqueles que pedem para girar a alavanca direcional bem rápido como o do cabo de guerra com Bowser.
Na época do primeiro Mario Party era comum ferir a palma da mão (o único jeito de girar rápido o bastante para ganhar) ou detonar a alavanca jogando esses minigames, tanto que nos EUA a Nintendo foi alvo de processo por conta disso. Sim, o minigame avisa para não girar o direcional com a palma da mão, mas é quase impossível ganhar girando normalmente se algum personagem estiver sendo controlado pela CPU, então não seria melhor simplesmente mudar os controles? Ao invés de girar a alavanca poderíamos ter que apertar ritimadamente L e R ou alternar entre quatro botões principais.
O jogo também vem com modos online, trazendo a possibilidade de jogar à distância com amigos, incluindo a possibilidade de salvar partidas (até cinco delas) para retomar depois. Um ótimo recurso considerando o quanto pode ser difícil conciliar agendas com os amigos. Também é possível competir online apenas em minigames com alguns desafios diários ou do modo Mt. Minigames em que se pode escolher competir em uma sucessão de minigames. A conectividade dos modos online é boa em geral, embora em minigames que dependam muito de reflexos, como o de pular corda, os poucos lags se mostram fatais. Felizmente não são ocorrências tão comuns, então a jogatina online raramente se torna frustrante.
Com isso, Mario Party Superstars é um ótimo retorno à forma ao apresentar os
melhores tabuleiros e minigames da franquia, trazendo a diversão caótica pela
qual ficou famosa. Além disso, apresenta
opções de customização de regras que dão ao jogador mais controle sobre o tipo
de experiência.
Nota: 8/10
Trailer
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