quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2

 

Análise Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2

Review Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2
A primeira parte de Mestres do Universo: Salvando Etérnia era muito melhor do que tinha qualquer direito de ser. Explorava as relações entre os personagens principais e como anos de batalhas entre He-Man e o Esqueleto afetaram os vários heróis e vilões da série. Essa segunda parte tinha a difícil missão de manter o mesmo nível e também dar conta satisfatoriamente o surpreendente ganho da primeira parte.

Essa segunda parte começa do ponto em que a anterior parou. Esqueleto consegue a Espada do Poder e se transforma em uma versão mais poderosa de si. Maligna toma o lugar da Feiticeira no Castelo de Grayskull e o príncipe Adam está gravemente ferido depois de um ataque do Esqueleto. Os heróis devem se reagrupar e decidir como lidar com essa versão mais poderosa  do Esqueleto ao mesmo tempo em que uma novas crises surgem.

Se na primeira parte Adam aparecia pouco, aqui ele tem um papel mais proeminente. Sem a Espada do Poder, a trama trabalha para mostrar o que faz Adam um herói tão especial e digno da lealdade de seus aliados, independente de ter ou não o poder de He-Man. Na verdade, a oposição entre o que o Esqueleto faz com o poder e o que Adam fazia mostra porque o príncipe é um herói capaz de inspirar tantas pessoas. A trama também busca repercutir a revelação do segredo de Adam ser He-Man e como isso tinha afetado a relação dele com o pai.

Do mesmo modo, Teela também continua sendo um ponto focal, em especial seu passado e a revelação envolvendo a mãe dela. O caminho da personagem é o de abraçar o seu destino ao mesmo tempo em que tenta trilhar um rumo próprio, sem as amarras das ações de seus pais. Maligna é outra personagem mais aprofundada e seu arco opera em oposição de Teela. Enquanto a heroína cresceu cercada de aliados que a apoiavam e acolhiam, Maligna não conheceu outra coisa na vida além de violência, abuso e exploração. Por isso a vilã enxerga o universo como um lugar que não existe nada além de dor e se devota a apagar toda a existência. O arco de Maligna acaba também dando mais desenvolvimento ao Homem-Fera e da paixão platônica que ele demonstra ter por Maligna.

A temporada também guarda algumas surpresas, como uma nova transformação para Adam e uma aliança inesperada entre heróis e vilões. Os últimos episódios, no entanto, acabam gastando tempo demais com conceitos da mitologia do universo, que não passam de um monte de termos inventados para justificar o constante aumento da escala de poder. Em muitos casos, esses vários conceitos acabam causando mais problemas do que resolvem, pois apesar de todo palavreado mágico muita coisa segue sem ser devidamente explicada ou jogada gratuitamente na tela.

Ainda assim o clímax consegue encontrar um desfecho poderoso tanto em termos dos arcos dos personagens quanto de ação, com direito a um longo plano-sequência do He Man correndo pelo campo de batalha. A sequência consegue demonstrar muito bem o alcance do poder do herói, que literalmente luta como um exército de um homem só e pode virar o rumo de qualquer guerra. É um clímax tão grandioso que tenho até receio de como temporadas futuras serão capazes de superar ele, mesmo com a menção à chegada de um poderoso novo inimigo no final desta temporada.

A segunda parte de Mestres do Universo: Salvando Etérnia continua a amadurecer seus personagens ao mesmo tempo em que entrega ótimas cenas de ação, ainda que a construção do universo por vezes jogue seus conceitos de qualquer jeito na tela.

 

Nota: 8/10


Trailer

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