quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Crítica – Titãs: 3ª Temporada

 

Análise Crítica – Titãs: 3ª Temporada

Review – Titãs: 3ª Temporada
Quando escrevi sobre a segunda temporada de Titãs, mencionei como a série acertava nas complicadas relações entre seus personagens, um acerto do primeiro ano, ainda que também repetisse os problemas de seu ano de estreia. Pois isso mudou nesta terceira temporada. Agora a série repete todos os erros anteriores sem nenhum dos elementos positivos.

A trama começa quando Jason Todd (Curran Walters) decide ir atrás do Coringa sozinho e é morto pelo Palhaço do Crime. Dick (Brenton Thwaites) e os demais Titãs vão até Gotham para o funeral e para dar suporte a Bruce Wayne (Iain Glen). Transtornado, Bruce deixa Gotham, cabendo aos Titãs protegerem a cidade quando o misterioso Capuz Vermelho surge como ameaça e o Espantalho (Vincent Kartheiser) também em esquemas em curso.

O arco principal é o do Capuz Vermelho e considerando que essa história já foi contada em animações e games a rodo, a série acerta ao já revelar a identidade dele no segundo episódio. Esse é provavelmente o único acerto, já que todo o restante é conduzido da pior maneira possível. Nos quadrinhos e em outras adaptações da história o que movia o vilão/anti-herói era seu desejo de mostrar a Bruce Wayne como a regra de não matar estava ultrapassada. Aqui, como Bruce não está presente, esse elemento não tem como ser desenvolvido e o Capuz é reduzido a um capanga chorão do Espantalho. Outros elementos dessa história, como o Poço de Lázaro que revive Jason, são jogados de qualquer jeito na trama.

Menos mal se o Espantalho fosse um vilão interessante, mas a série não parece saber o que quer dele, com o personagem mudando de personalidade a cada episódio de uma maneira que não há uma motivação consistente guiando suas ações. Em um instante ele é um hábil manipulador psicopata ao estilo Hannibal Lecter, em outro ele é um maconheiro idiota. Logo depois ele é um sádico, agindo pela prazer de fazer mal aos outros, em instantes seguintes ele diz que quer ficar rico. A todo momento novos elementos conflitantes de sua conduta e personalidade são inseridos e na maioria do tempo o vilão não faz sentido. Isso piora por conta da interpretação exagerada de Vincent Kartheiser, que o faz soar como uma caricatura irritante.

Não que os demais personagens tenham qualquer consistência. Dick e Jason são definidos apenas pela relação com Bruce. Em muitos momentos, por pura conveniência da narrativa, Dick decide agir de maneiras inexplicavelmente estúpidas tipo revelar traumas de infância ao Espantalho ou dar as costas para alguém que ele sabe que está apontando uma arma para ele.

Difícil de entender também é a decisão de Kory (Anna Diop) em soltar Estrela Negra (Damaris Lewis) e levá-la para ficar com os Titãs. Afinal, naquele momento Kory crê que a irmã matou os pais delas e representa uma grande ameaça, então não faz sentido levar um inimigo em potencial para a casa dela e dos aliados, principalmente quando eles já estão lidando com um grande inimigo. Claro, eventualmente Kory descobre que a irmã na verdade foi uma vítima da injustiça dos pais, mas quando toma a decisão de soltá-la Kory não tinha como saber que as coisas se explicariam dessa forma. A relação afetiva entre Estrela Negra e Conner (Joshua Orpin) também é jogada de qualquer jeito, sem a devida construção.

Outros personagens mal são aproveitados, como Gar (Ryan Potter) e Rachel (Teagan Croft), que ficam como figurantes de luxo ao longo da temporada. Isso sem falar em personagens que retornam apenas para serem descartados depois como Hank (Alan Ritchson) e Dawn (Minka Kelly). Se os criadores não tinham nada de interessante para dizer sobre os dois porque trazê-los apenas para matar um deles e fazer o outro viajar para longe? A morte não serve para nada em termos da jornada do personagem ou mesmo como uma motivação para o time enfrentar o Capuz Vermelho, já que o vilão tem outros problemas pessoais com os heróis. No fim das contas existe apenas para causar um choque momentâneo e dar a impressão de que algo significativo ocorreu.

Eu poderia continuar listando os vários problemas, mas, sinceramente, a temporada é tão ruim que nem tenho motivação para continuar falando a seu respeito e prefiro encerrar por aqui. A terceira temporada de Titãs é a pior da série até aqui, com tramas mal construídas e personagens inanes. Uma quarta temporada já foi confirmada, mas depois do suplício que foi assistir esse terceiro ano é pouco provável que eu retorne a assistir.

 

Nota: 2/10

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