É uma narrativa que mistura Rocky: Um Lutador (1967), com Nocaute (2015) e outros elementos que já vimos em filmes de esporte. Não tem nada que saia do traçado esperado e boa parte dos desenvolvimentos são bem previsíveis, como a eventual relação de Jackie com a treinadora. Isso seria menos problemático se os personagens ao redor da protagonista fossem mais interessantes, mas todos eles parecem existir apenas para gravitar em torno dela, funcionando como obstáculos (o namorado abusivo, a mãe oportunista) ou facilitadores (a treinadora que sempre está disponível para tudo e parece não ter vida própria) e nunca como indivíduos autônomos com suas próprias motivações ou desejos.
Menos mal que Halle Berry seja
tão boa como Jackie, dando vazão à toda angústia, ansiedade e raiva contida de
sua personagem, dando ao expectador a exata dimensão dos traumas de Jackie
mesmo quando o texto a mantem presa a uma série de lugares comuns sem muita
imaginação. Nesse sentido, o filme mais reforça a qualidade de Berry como atriz
do que exibe seus dotes como diretora, já que o texto não dá muito espaço para
que ela faça nada muito marcante por trás das câmeras. Seria interessante ver o
que a atriz conseguiria fazer com um roteiro mais substancial em mãos. Do jeito
que está, Ferida só se sustenta pela
intensidade que Halle Berry traz à sua protagonista.
Nota: 6/10
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