terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Crítica – Ozark: 4ª Temporada (Parte 1)

Análise Crítica – Ozark: 4ª Temporada (Parte 1)


Review – Ozark: 4ª Temporada (Parte 1)
Depois de uma terceira temporada inferior às duas primeiras, temi que Ozark não conseguisse se recuperar em sua quarta e última temporada. A primeira parte do ano derradeiro da série, porém, consegue entregar algo mais próximo da qualidade de seus dois primeiros anos.

A trama continua no ponto em que a anterior parou, com os Byrdes lidando com as consequências da morte do irmão de Wendy (Laura Linney) e da advogada do cartel. A família não tem muito tempo para respirar, no entanto, já que as pressões ao redor deles começam a se acumular. De um lado, Omar Navarro (Felix Solis) exige que os Byrdes tornam seu negócio completamente legítimo e consigam um acordo com o FBI. A instável Darlene Snell (Lisa Emery) volta a produzir heroína, dessa vez auxiliada por Ruth (Julia Garner). Outras ameaças surgem no horizonte como um detetive particular em busca da (já morta) Helen Pierce (Janet McTeer) e o sobrinho ambicioso de Omar, Javi (Alfonso Herrera), que ameaça os planos dos Byrdes.

Como em outras temporadas há um senso constante de sufocamento, de que as múltiplas crises simultâneas podem derrubar os Byrdes a qualquer momento. Se na temporada anterior alguns conflitos soavam forçados por conta de personagens mal construídos, aqui entendemos muito bem a motivação de cada um para agir e o porquê de constituírem uma ameaça tão grande, desde os poderes do cartel às autoridades do FBI. Para sobreviverem a tudo e ainda consolidarem uma posição de legalidade em seus negócios, os Byrdes precisam usar de toda a sua influência para obterem acesso a senadores e grandes empresas, não sendo fácil agradar tanta gente poderosa, obrigando Marty (Jason Bateman) e Wendy a um malabarismo constante de seus recursos.

Essas tensões também vão causando conflitos entre o casal e as perspectivas que tem de futuro. Enquanto Marty pensa em voltar à vida que tinham antes de tudo isso, Wendy claramente passou a gostar do poder e da ação implacável que a nova vida deles trouxe. Se antes já tínhamos visto o quanto Wendy pode ser desumana, aqui ela parece ter abandonado qualquer escrúpulo, estando disposta a eliminar ou usar quem quer que seja. Até mesmo a morte do irmão (que ela ordenou) é usada por ela para justificar os atos de filantropia de sua fundação.

Nesse sentido, Laura Linney é excelente em evocar a frieza de Wendy e o modo como ela cinicamente consegue transformar qualquer problema em oportunidade passando por cima de qualquer um em seu caminho. Claro, a personagem funciona tão bem porque tem antagonistas à altura, como Javi e Darlene, que apesar de não serem mais inteligentes que ela, são tão violentos e instáveis que se tornam imprevisíveis.

Alguns elementos, no entanto, acabam tendo pouca repercussão nos conflitos dessa primeira parte, como o detetive particular investigando o sumiço de Helen Pierce. Claro, certamente ele terá alguma importância da na próxima parte, mas essa primeira metade não consegue afastar o incômodo de ser um “capítulo do meio” no sentido de posicionar todas as peças para um clímax que ainda virá e não oferece nenhum senso de fechamento para qualquer uma das tramas que apresenta.

Ainda assim, essa primeira parte da quarta temporada de Ozark entrega toda a intriga e suspense que tornou a série famosa, preparando o terreno para um clímax cheio de tensão.

 

Nota: 8/10

Trailer

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