A trama se passa no futuro, em um planeta chamado Novo Mundo que foi colonizado pela humanidade. Lá, os pensamentos dos homens emergem sem filtro de suas mentes, podendo ser ouvidos por todos, algo que eles chamaram de “o Ruído”. Mulheres não sobreviveram, fazendo deste um mundo masculino. Por isso a surpresa do jovem Todd (Tom Holland) ao encontrar Viola (Daisy Ridley) nos destroços de uma nave. A garota veio com um grupo de reconhecimento e precisa avisar sua nave de que o planeta é uma colônia viável. O problema é que Prentiss (Mads Mikkelsen), líder da vila de Todd, não quer dividir os recursos com novos colonos, querendo impedir Viola de trazer mais gente ao planeta. Assim, Todd e Viola partem em uma jornada para encontrar um meio de avisar a nave dela.
A ideia de uma mulher presa em um planeta de homens na qual é possível ver seus pensamentos sem filtro poderia ser usada para falar sobre patriarcado, masculinidade tóxica ou outros elementos. O texto, no entanto, praticamente não toca nessas ideias e não tem muito a dizer sobre qualquer coisa. Mesmo em termos de construção do universo tudo é meio vago, jogado de qualquer jeito, como na cena Todd enfrenta uma das espécies nativas do planeta, algo que não tem qualquer repercussão ou desenvolvimento no restante da trama. O roteiro nunca se detém a entender o que é essa espécie ou o que ela quer. Do mesmo modo, os dogmas do pregador vivido por David Oyelowo não são plenamente desenvolvidos, soando como um fundamentalismo genérico e deixando o personagem como uma caricatura.
Apesar do filme consistir de uma longa corrida contra o tempo, tudo é desprovido de urgência, nunca dando a impressão de que há algo severo em jogo para esses personagens. Muito disso vem da própria dupla de protagonistas, duas páginas vazias sem personalidade que não dão muito o que fazer para Tom Holland ou Daisy Ridley. O único que consegue despertar algum interesse é Mads Mikkelsen como Prentiss, conseguindo dar uma aura genuína de ameaça ao vilão.
Mesmo com um bom trabalho de Mikkelsen, a trama também não consegue explorar o potencial de Prentiss e até o desfecho do personagem é anticlimático. Considerando tudo que o filme tinha estabelecido sobre ele e sua capacidade de manipular o Ruído, é difícil que ele tenha caído tão fácil nas projeções de Todd. Como outros filmes do gênero, o desfecho deixa muito em aberto para ser explorado em filmes futuros que provavelmente não vão acontecer considerando o fracasso de recepção deste primeiro.
Nunca aproveitando as
possibilidades criativas de sua premissa, Mundo
em Caos entrega uma trama arrastada e inane permeada por personagens
desinteressantes.
Nota: 3/10
Trailer
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