Na trama, Beth (Leighton Meester) viaja para a Croácia para encontrar Kate (Christina Wolfe), sua melhor amiga com quem está há anos sem se falar direito. Kate está recém divorciada e quer curtir a solteirice, enquanto Beth, casada e mãe de um filho pequeno, usa a viagem como um momento de descanso. Depois de uma noite em uma boate, Beth acorda no local em que estava hospedada sem memória da noite anterior e sem Kate, iniciando uma corrida para descobrir o que ocorreu com a amiga.
O início até apresenta algumas reviravoltas interessantes, como o fato de Kate estar envolvida com o marido de Beth, mas o filme rapidamente perde a mão nas incessantes revelações e tudo rapidamente descamba para o absurdo, com um dono de hotel que filma todos os hóspedes, policiais corruptos e um taxista envolvido com o crime organizado local. O que era uma trama relativamente “pé no chão” desaba em uma série de eventos que expõem furos de roteiro, lógica e personagens pouco críveis. A trama até tenta falar sobre o modo como a sociedade trata as mulheres e culpabiliza as vítimas, no entanto, o discurso se perde em meio aos vários reveses exagerados.
O roteiro nunca dá, por exemplo, uma motivação crível para que o taxista Zain (Ziad Bakri) se arrisque tanto por Beth. É algo que acontece simplesmente porque a trama exige que aconteça. Do mesmo modo, alguns desdobramentos são tão sem sentido que se tornam hilários, como o momento em que o policial que ameaça Beth simplesmente escorrega e cai do alto de um prédio em uma das mortes em cena mais involuntariamente hilárias da minha memória recente.
Na verdade, são os momentos de comédia acidental que evitam o filme de se tornar um tédio completo, embora esse efeito claramente não tenha sido a intenção. É visível que a ideia era ser um suspense sério, mas é tudo tão estúpido e exagerado que acaba sendo difícil não rir em alguns momentos. Leighton Meester contribui para esse humor involuntário com uma composição tão caricaturalmente histérica, exagerada e completamente fora do tom do que a personagem ou situação exige. É de uma inabilidade tão grande em conseguir se aproximar de qualquer emoção humana minimamente crível que acaba soando engraçado. Esse humor involuntário não chega a fazer a experiência valer a pena, mas pelo menos impediu que tudo fosse tomado por um tédio completo.
Naquele Fim de Semana é um suspense que reproduz uma visão
colonialista e preconceituosa, além de se perder em reviravoltas cada vez mais
doidas cujo humor involuntário do roteiro e da péssima protagonista acabam
evitando que tudo se torne chato demais.
Nota: 4/10
Trailer
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