Na narrativa, o detetive Zeke (Chris Rock) investiga uma série de assassinatos envolvendo policiais e armadilhas mortais que remetem ao trabalho de Jigsaw. Assim, Zeke precisa deter o assassino e descobrir o que está acontecendo. Normalmente os filmes da franquia Jogos Mortais se passam em locais confinados cheios de armadilhas, mas aqui a estrutura é menos Jogos Mortais e mais uma trama genérica de serial killer. Na verdade, sequer há tantas conexões assim com a franquia original e até o assassino é só um qualquer sem envolvimento direto com Jigsaw.
Sim, as armadilhas oferecem mortes cheias de sangue e gore, mas nada realmente novidade na franquia. A falta de urgência da trama investigativa, que segue sem tensão e cheia de reviravoltas previsíveis (é claro que o pai de Zeke não é o herói que ele imagina, é claro que o parceiro sabe mais do transparece), torna tudo arrastado e entediante.
As pretensões de falar sobre brutalidade policial e impunidade destes não vai além de observações óbvias sobre o sistema proteger (e, portanto, indiretamente endossar) os agentes com esse tipo de conduta. Não há uma reflexão mais complexa sobre isso e os diálogos ficam repetindo essas platitudes rasteiras sem sequer atentar para as questões de classe e etnia que envolvem aqueles que são alvo da brutalidade policial. No fim das contas o texto não tem nada a dizer sobre essas questões.
Apesar de ser mais lembrado por seu trabalho em comédias, Chris Rock já tinha mostrado que se sai bem no drama no pouco visto No Auge da Fama (2014). Aqui, no entanto, ele não faz muito além de manter uma cara sisuda e reclamar de tudo, tornando Zeke um protagonista vazio e muito difícil de aderir a ele.
Espiral: O Legado de Jogos Mortais falha em basicamente tudo que
tenta fazer. Não funciona como expansão do universo de Jogos Mortais e como um
suspense com pretensões de crítica social é rasteiro e inane.
Nota: 3/10
Trailer:
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