O garoto Waker Scobell é perfeito em reproduzir a natureza verborrágica da persona de Ryan Reynolds, convencendo como uma versão mirim dele. As interações entre os dois são o ponto alto do filme por conta dos diálogos ágeis e bem humorados nos quais o garoto pergunta várias coisas sobre o próprio futuro. Mais adiante, o contato com o pai de Adam, Louis (Mark Ruffalo), também rende momentos de diversão, além de emoção genuína. O filme também entrega boas cenas de ação que exploram criativamente diversas possibilidades de tecnologias futuristas.
Por outro lado, a trama derrapa em uma mitologia frouxa, que nunca dá com clareza as regras sob as quais sua viagem no tempo opera, criando a sensação de que vale qualquer coisa, com reviravoltas que a todo momento parecem fazer tudo colapsar pelas próprias contradições. Ao mesmo tempo, também nunca nos dá uma dimensão do que é o futuro distópico do qual Adam fugiu e, com isso, não temos exatamente uma noção do que está em jogo para esses personagens.
Zoe Saldana é desperdiçada com uma personagem que, apesar de habilidosa, não tem nada a fazer, nenhum arco ou trama própria, além de servir ao avanço do protagonista. Já a vilã, Sorian (Katherine Keener) é tão vaga em suas ambições e planos (em parte porque os eventos do futuro não são explorados) que não é nada além de uma página vazia, não conseguindo ser uma antagonista interessante.
Assim, a despeito de ser
moderadamente divertido, O Projeto Adam
acaba se tornando esquecível e pouco envolvente por conta da mitologia frouxa e
personagens inanes.
Nota: 5/10
Trailer
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