Crítica – Sonic 2: O Filme

 

Considerando o baixo nível das adaptações de games, Sonic: O Filme foi uma relativa surpresa ao ser bem fiel ao espírito do ouriço azul. Tinha problemas de ritmo e os personagens humanos eram desinteressantes, mas conseguia ser moderadamente divertido. Esse Sonic 2: O Filme melhora em alguns aspectos, mas repete alguns erros do anterior.

Na trama, Robotinik (Jim Carrey) consegue voltar à Terra e busca vingança contra Sonic  (Ben Schwartz) e Tom (James Marsden). O cientista louco, no entanto, não chega sozinho e vem acompanhado de Knuckles (Idris Elba), que busca o poder da Esmeralda Mestra.

Assim como o primeiro filme, essa segunda aventura sofre com problemas de ritmo, ao se render a digressões que pouco acrescentam à trama e apenas quebram o ritmo de urgência e velocidade que a narrativa tenta construir. Alguns segmentos, como a cena de Sonic e Tails (Collen O'Shanussy) em uma taverna russa, poderiam ser cortados sem problemas. O mesmo pode ser dito de boa parte das subtramas envolvendo os personagens humanos, como o casamento da cunhada de Tom ou o momento em que Maddie (Tika Sumpter) vai resgatar Sonic dos militares. São segmentos que apenas protelam o desenvolvimento do conflito principal e oferecem muito pouco em troca.

Por outro lado, o filme acerta na dinâmica entre Sonic, Tails e Knuckles. Com Sonic e Tails aos poucos se aproximando e se tornando como irmãos. Ao mesmo tempo, Knuckles é o guerreiro orgulhoso e cabeça dura que conhecemos dos games, forjando um misto de amizade e rivalidade com Sonic (pensem em Goku e Vegeta). Jim Carrey continua roubando a cena como Robotinik e sua personalidade alegremente vil. Claro, o plano dele de adquirir joias que o farão infinitamente poderoso é basicamente o mesmo plano de Thanos, mas já era assim nos jogos.

Falando nos games, esse segundo filme faz um trabalho melhor em representar as aventuras que conhecemos de Sonic, principalmente as da época do Mega Drive. De uma representação bem fiel da Zona do Labirinto do primeiro Sonic, passando pelo segmento do avião em Sonic 2 e o snowboard na neve em Sonic 3, até o modo como o personagem inala bolhas de ar para se manter sob a água está presente (infelizmente a tensa música que marca o fim do suprimento de ar não está).

As cenas de ação também são ótimas em ilustrar as habilidades de cada personagem, como a velocidade de Sonic, a força de Knuckles ou a imprevisibilidade das engenhocas de Tails. Considerando como trailers de filmes recentes tendem a mostrar todas as principais revelações, é louvável que a divulgação deste tenha se contido em não revelar o modo como o clímax explora os poderes de Sonic ao limite.

Apesar de repetir alguns problemas do primeiro filme, Sonic 2: O Filme é uma aventura divertida, que vale pela ampliação do universo e como apresenta a relação entre Sonic e seus novos aliados.

 

Nota: 6/10

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