Toda a aventura tem um clima de nostalgia, que tenta nos deixar imersos na experiência de como seria viver na década de 60. De certa forma, Linklater parece mais interessado em reconstruir essa experiência sensível a partir do que filme, do que contar sobre a aventura de Stan no espaço. A trama se entrega a longas digressões que impedem a progressão da trama, mas que valem pelo amplo panorama que pintam sobre como era a vida neste período, tudo contado com muito humor e afeto pela maneira com a qual Linklater constrói suas imagens e pela narração de Jack Black, que faz a versão adulta de Stan. Em muitos momentos, a impressão é que a trama envolvendo Stan e a NASA nem precisaria existir para dar conta do que Linklater quer.
A ideia parece ser a de revisitar essa “era de ouro” dos Estados Unidos para um período supostamente mais otimista, quando havia um projeto claro de nação, antes que tudo ruísse na ressaca moral da década de 1970 com o escândalo Watergate e o fracasso consumado do Vietnã. Claro, Linklater está mais interessado em um olhar nostálgico do que em uma análise objetiva, mas ele não deixa de ser hábil em nos fazer entender porque especificamente esse foi um período tão especial na história do país.
Como a trama principal é deixada
de lado em muitos momentos, talvez isso incomode alguns espectadores. No
entanto, Apollo 10 e Meio: Aventura na
Era Espacial evita memorialismos rasteiros para tentar entender porque o
período retratado ocupa um lugar tão importante na memória afetiva de seu
realizador.
Nota: 7/10
Trailer
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