Poderia ser uma trama para falar sobre a questão do apartheid, sobre a legitimidade de movimentos revolucionários diante de governos autoritários ou questões de negritude e identidade. O problema é que o filme passa ao largo da maioria dessas ideias e prefere focar nos lugares-comuns de filmes que tratam sobre negociação de reféns. Temos aqui todas as situações que já vimos repetidas a todo momento, como os reféns tentando dialogar com os sequestradores, os sequestradores eventualmente brigando entre si por prioridades da missão ou o negociador da polícia que tenta manter todos seguros apesar de ser sabotado pelos superiores.
Apesar das situações conhecidas, o diretor Mandla Dube consegue sustentar o clima de tensão ao longo da projeção e também criar momentos importantes de choque e surpresa conforme vemos que as autoridades estão mais interessadas em calar os pedidos pela liberdade de Mandela do que a segurança dos reféns. Os atores também mantem a tensão, especialmente Thabo Rametsi como Calvin Khumalo, líder dos revolucionários, que traz com intensidade a urgência da demanda do grupo e a revolta por viver em um estado racista.
Por outro lado, todas as discussões sobre etnia, colonialismo e identidade são tratadas de maneira superficial em relação à complexidade dessas ideias em um contexto como o que é apresentado no filme. No fim tudo é meio que mastigado sob um olhar liberal da importância da luta pela liberdade quando há muito mais que isso em discussão.
Embora seja um suspense eficiente
na construção da tensão, Silverton: Cerco
Fechado olha de maneira muito rápida e superficial os temas que estão no
cerne de sua trama.
Nota: 6/10
Trailer
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