Assim como outros filmes da trupe encabeçada por Johnny Knoxville os esquetes variam entre o bizarramente criativo e o completamente antiético e nojento. O nível de entretenimento a ser extraído de um filme dessa natureza vai depender muito do quanto você é capaz de aderir ou não às pegadinhas juvenis da trupe envolvendo ânus e pênis.
Por outro lado, as entrevistas com a trupe, com o diretor Jeff Tremaine e o produtor Spike Jonze ajudam a entender o senso de encantamento e ludicidade quase que infantil que norteia as escolhas dos esquetes. As entrevistas também fornecem uma janela para a dinâmica aloprada entre a equipe, no qual vemos que há uma amizade e afeto bem genuíno entre essas pessoas a despeito de um clima de trabalho relativamente tenso por conta de todos estarem sempre preocupados em serem vítimas de alguma pegadinha não planejada.
Eu confesso que sempre me surpreendo com a presença de Spike Jonze nos projetos da turma do Jackass. Por mais que saiba que Jonze sempre foi uma das mentes criativas da trupe desde a época do programa da MTV, é curioso ver o alcance artístico do produtor e diretor, que vai de dirigir produções cheias de delicadeza e sensibilidade como Ela (2013) ou Onde Vivem os Monstros (2009) para a completa escatologia de Jackass. Alguns dos momentos mais interessantes das entrevistas são justamente aqueles em que percebemos como Jonze aplica sua atenção aos detalhes e sutilezas ao contexto aloprado de Jackass.
Desta maneira, Jackass 4.5 é um filme que dialoga com
quem já gosta dos esquetes imaturos e amalucados da trupe comandada por Johnny
Knoxville e se dispõe a entender o que move essas pessoas.
Nota: 6/10
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