Falar sobre cobaias humanas e drogas que podem fazer as pessoas se apaixonarem, terem medo de algo ou obedecerem cegamente abre espaço para pensarmos uma série de coisas sobre ética na ciência e também sobre liberdade de escolha. Afinal, se nossas decisões podem ser resumidas a uma série de impulsos químicos liberados pelo nosso cérebro, até que ponto nossas decisões são realmente nossas ou apenas estamos seguindo uma programação biológica pré estabelecida? O problema é que o filme não explora essas ideias.
Ao invés disso prefere focar na disputa e no crescente de tensão entre Steve e Jeff, praticamente descambando para um suspense genérico no qual prisioneiros se rebelam contra o carcereiro que os controla. Hemsworth e Teller convencem do atrito entre os dois personagens e Hemsworth é particularmente eficiente em construir um charme canalha e manipulador de Steve, ajudando a criar tensão e drama entre a dupla principal.
A questão é no meio ao conflito todos os conceitos desenvolvidos até então são sublimados e o filme nunca alcança as ambições temáticas que inicialmente propõe. Além disso, o modo como Kosinski conduz o clímax carece do tom irônico que o roteiro tenta colocar nas situações e, com isso, boa parte do desfecho acaba não tendo o impacto ou a comicidade que deveria.
Começando com boas ideias, Spiderhead nunca leva suas ambições a
cabo, preferindo dilatar as tensões entre os dois protagonistas. Talvez ficasse
melhor como um curta ou um média metragem.
Nota: 5/10
Trailer
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