A dupla é mandada para Alemanha, sob pretexto de uma missão secreta para eliminar um virologista que estaria desenvolvendo uma arma biológica mortal. Eles executam a missão, mas são emboscados logo depois e James começa a desconfiar que o patrão, Rusty (Kiefer Sutherland), está tentando apagar os rastros da missão.
Mesmo nas cenas de ação, é uma produção que busca mais o realismo do combate armado, com os personagens buscando cobertura e se movendo de maneira mais lenta e deliberada, do que uma ação explosiva e grandiloquente. São, porém, os momentos de silêncio em que o filme impacta mais. Chris Pine traz no semblante a dor e o cansaço de alguém que acreditou estar cumprindo um importante dever e foi consistentemente abandonado, seja pelas forças armadas, seja pelo setor privado.
Os minutos iniciais evidenciam a situação precária que se encontra após a baixa do exército, deixado sem benefícios ou plano de saúde apesar de ferimentos decorrentes do serviço, James é jogado fora como uma mercadoria velha, sem qualquer consideração. O instante em que ele descobre que a missão na Alemanha não tinha nada a ver com segurança nacional e servia aos interesses de corporações privadas, deixando uma única lágrima escorrer pelo rosto, deixa evidente que o protagonista sente o peso de ter matado um inocente e a dor por ter sido usado como instrumento de violência.
É essa dor, essa melancolia que Pine carrega tão bem ao longo do filme, que consegue nos manter envolvidos mesmo quando a trama passa a focar apenas na sobrevivência de James e deixa de lado a discussão sobre capitalismo e exploração do trabalho. Filmes de ação costumam explorar a ideia de que soldados atendem um grande chamado ou vocação maior, mas aqui o diretor Tarik Saleh expõe o quanto desse discurso é cortina de fumaça para disfarçar a precarização desse trabalho.
Uma pena que a trama acabe
deixando de lado boa parte dessas ideias a partir do momento em que James corre
para se manter vivo, já que poderia render um consistente indiciamento do
complexo militar industrial estadunidense. Do jeito que está, no entanto, Contrato Perigoso é uma produção cujas
intenções nunca nos atingem com o impacto que deveria, valendo mais pela
atuação melancólica de Chris Pine.
Nota: 6/10
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