A narrativa segue onde o segundo ano parou. Devi (Maitreyi Ramakrishnan) agora está namorando Paxton (Darren Barnet), o garoto mais popular da escola. Isso deveria significar que os problemas de autoestima estariam resolvidos, no entanto, os comentários de colegas de escola que questionam o porquê do garoto mais popular estaria com ela a fazem ainda mais insegura. Ao mesmo tempo, o relacionamento de Ben (Jaren Lewison) e Aneesa (Megan Suri) se desgasta por Ben não conseguir superar Devi.
A trama vai de encontro ao que é típico em comédias românticas, a noção de que conseguir um relacionamento resolve os problemas de uma mulher. Aqui conseguir o que quer só potencializa as inseguranças de Devi, fazendo-a perceber que são seus problemas que a impedem de ter um relacionamento. Como em outras temporadas, Devi continua sendo uma protagonista incrível, ao mesmo tempo divertindo com seus planos mirabolantes ou falta de noção, sem, no entanto, deixar de expor as falhas da personagem e como ela se prejudica por seu comportamento imaturo autodestrutivo. Há também uma boa dose de emoção na jornada de Devi nesta temporada conforme ela se reconecta com a mãe.
A protagonista não é, porém, a única a chegar a novos entendimentos sobre si mesma. Paxton percebe o quanto foi fútil e machista com as garotas da escola e tenta reparar os erros do passado. Ben se dá conta de que viver segundo as próprias ambições pode ser prejudicial. Até mesmo o lombrado Trent (Benjamin Norris) adquire algum tipo de amadurecimento ao longo de sua relação com Eleanor (Ramona Young). Aliás, todo o relacionamento entre Trent e Eleanor é um dos romances mais tortos e nonsense da ficção recente, sendo um dos arcos mais divertidos da temporada.
A narração de Joe McEnroe segue impagável tanto pelo absurdo como pelos contrapontos que faz à conduta de Devi. Como em outras temporadas a presença de outros narradores que trazem pontos de vista de personagens diferentes continua a divertir, a exemplo das interações entre Andy Samberg (O Peralta de Brooklyn 99) e McEnroe no episódio centrado em Ben.
É muito bom ver que uma série não tem receio em continuar a levar seus personagens adiante, sem receio de impor a eles novos desafios ou de fazê-los sentirem as consequências de seus atos. O final da temporada realmente nos faz sentir que esses personagens aprenderam ou se modificaram com as experiências ao longo do ano e posiciona todos para os percalços que virão no ano final de colégio na quarta (e provavelmente última) temporada.
Com isso, a terceira temporada de
Eu Nunca... continua a ser uma ótima
mistura entre drama e comédia, acertando no aprofundamento de seus personagens,
deixando-os amadurecer com o desenvolvimento da trama.
Nota: 8/10
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