É uma trama de certa forma similar a Querido Evan Hansen (2021), com a diferença que Evan era um garoto inseguro diante de pais enlutados e Zoey é, desde o início, uma mentirosa fútil. Nesse sentido a trama acerta em não tentar relativizar as ações da protagonista, deixando evidente desde a cartela inicial que ela não é uma boa pessoa. A trama aponta não apenas para a futilidade do universo dos influencers como também para a virulência dos linchamentos virtuais uma vez que alguém se torna infame e o modo como portais de notícia, para não ficarem de fora do que é tendência, replicam conteúdo sem devida apuração.
São muitos temas e o filme passa um pouco rápido demais por eles, principalmente na questão da apropriação quando Danni copia um discurso da amiga Rowan (Mia Isaac, que recentemente também fez Não Me Diga Adeus). A relação de entre as duas é bem construída, com Deutch sendo ótima como uma patricinha tonta pega em algo que não tem controle. Quem rouba a cena, no entanto, é Dylan O’Brien como um influencer tapado e Mia Isaac, que dá vazão ao trauma e indignação de Rowan com um fervor intenso, especialmente no discurso final. O desfecho funciona por não tentar forçar um arco de redenção para Danni, fazendo a protagonista entender que não precisa ser o centro das atenções.
Assim, Influencer de Mentira não chega a ter nada de novo a dizer sobre a
futilidade das redes, mas constrói bem esse universo de aparências dos
influenciadores a partir da trama e do elenco.
Nota: 6/10
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