A trama é protagonizada pelos gêmeos Elias e Lukas (Cameron e Nicholas Crovetti) que são deixados na casa da mãe (Naomi Watts) para passar um tempo com ela. Chegando lá os garotos encontram a mãe com o rosto coberto por uma máscara cirúrgica, pois ela supostamente teria feito uma plástica no rosto. Os problemas começam quando os garotos estranham o comportamento da mãe e começam a achar que aquela mulher pode não ser a mãe deles.
Se o original conseguia desenvolver muito bem uma atmosfera de tensão e estranhamento por conta das ações erráticas da mãe e o fato de não vermos seu rosto, aqui essa tensão está praticamente ausente. Falta ambiguidade e bizarrice nas ações da personagem de Naomi Watts, que demonstra mais uma insegurança e fragilidade que torna mais fácil antever a revelação final. A máscara cirúrgica usada pela personagem revela demais o rosto da atriz e soa normal demais para parecer assustadora como no original, em que parecia menos um instrumento hospitalar e mais algo feito de maneira amadora, com bandagens soltas unidas por presilhas e o pouco que víamos do rosto da mãe estava cheio de hematomas e marcas de cicatriz.
É curioso como apesar de seguir de perto a narrativa original, muito pouco funciona. O filme tem certa cadência protocolar, como se estivesse interessado apenas em repetir as batidas da trama sem qualquer esforço de entender o que fez o original tão interessante ou mesmo de construir suas próprias leituras ou possibilidades estéticas em cima do material que tem em mãos. As situações estão ali, mas esvaziadas do sentimento de urgência, tensão ou incerteza que o original trazia.
Naomi Watts faz o que pode para tentar injetar alguma dubiedade à mãe, sendo prejudicada por um roteiro que nunca a coloca em uma posição de realmente soar sinistra e com isso não consegue alcançar o tom de ameaça que a trama sugere para a personagem. Os gêmeos Cameron e Nicholas Crovetti também se esforçam para caminhar na linha tênue entre vítimas e algozes que os protagonistas caminham ao longo da narrativa. O problema é que o filme alivia nas ações dos personagens durante o clímax e, assim, os irmãos acabam sendo menos sinistros do que deveriam a despeito da habilidade dos jovens atores, como Cameron já demonstrou em The Boys interpretando o filho do Capitão Pátria.
A despeito dos esforços do
elenco, Boa Noite, Mamãe! é um daqueles
remakes que parece feito a toque de
caixa, reproduzindo a narrativa do original sem nenhum dos elementos que a
tornaram tão interessante.
Nota: 5/10
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