sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Crítica – Cuphead A Série: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Cuphead A Série: Segunda Temporada

Review – Cuphead A Série: Segunda Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada de Cuphead: A Série, mencionei como ela reproduzia o humor anárquico dos desenhos da década de 1930 ou 40, embora estrutura de tramas isoladas dentro de cada episódio resultava em variações na qualidade, com alguns episódios sendo bem descartáveis. Pois essa segunda temporada segue nos mesmos méritos, mas ainda traz inconsistências na qualidade dos episódios.

A temporada começa no ponto em que a anterior parou, com Xicrinho e Caneco sendo presos depois de suas travessuras com a Cálice. No presídio, a dupla de irmãos apronta altas confusões tentando escapar. A partir deste ponto a série segue na sua estrutura com episódios isolados, ainda que algumas tramas sejam retomadas em alguns momentos, como a da Cálice ou as tentativas do Diabo em conseguir a alma de Xicrinho.

Como na primeira temporada, a série continua acertando no senso de humor caótico que era típico dos desenhos de outrora, com personagens travessos que raramente se preocupavam em evocar qualquer tipo de bom-mocismo, algo evidenciado no episódio em que os irmãos se valem da Cálice para ganhar dinheiro sendo “caça fantasmas”. Do mesmo modo, os elementos mais sombrios e sinistros desses desenhos de antigamente também se fazem presentes em criaturas bizarras e situações por vezes assustadoras nas quais os personagens se envolvem.

Um mérito da atual temporada é como explora e conecta diferentes personagens do jogo de um modo que é coerente com o pouco que sabemos sobre eles e ainda assim criativo o bastante para chamar nossa atenção. O episódio do centrado no Capitão Barba-salgada (cujo visual remete muito ao Brutus do Popeye) explora as tentativas dele em conquistar o coração a temível sereia Cala Maria (curiosamente as legendas em português da série não recorrem ao nome traduzido no jogo, que ficou como Dona Iara), com consequências hilárias. São dois personagens que nunca interagiam no jogo (a narrativa lá é bem básica), mas cuja conexão da maneira como é explorada pela história da série faz bastante sentido.

Por outro lado, a série é inconsistente nos episódios, com alguns sendo muito divertidos, a exemplo do episódio em que o rato Werner Werman invade a casa dos protagonistas, e outros que giram em torno de repetições de piadas iguais que nunca divertem como deveriam como é o caso do capítulo que envolve Caneco e o sorveteiro. Não são episódios péssimos, impossíveis de assistir, mas que ficam relativamente abaixo do nível do restante da série e como eles não tem conexão uns com os outros com uma trama em comum nos mantendo engajados, esses episódios que não são tão bons acabam soando como tempo desperdiçado.

Ainda assim, essa segunda temporada de Cuphead: A Série segue como um passatempo divertido por conta de sua inventividade visual e humor caótico, ainda que inconsistências a impeçam de realizar todo seu potencial.

 

Nota: 7/10


Trailer

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