A trama é protagonizada por Alithea (Tilda Swinton) que em uma viagem para a Turquia liberta um Djinn (Idris Elba) preso na garrafa. Agora a criatura se oferece para conceder três desejos a Alithea em troca da liberdade dele, mas Alithea não sabe o que pedir. O Djinn então começa a narrar suas desventuras ao longo dos últimos três mil anos.
O filme chama atenção pela construção visual das fábulas contadas pelo Djinn, cheias de elementos singulares e que nos conquistam pela capacidade de imaginação dos realizadores em conceber tudo aquilo. A tramas em si envolvem pelo modo como elas se costuram uma na outra, como pequenas ações causam repercussões que serão sentidas séculos depois e irremediavelmente mudam a trajetória do Djinn e das pessoas com as quais ele se envolve. O próprio visual do Djinn, com extremidades douradas, palmas vermelhas e uma constante fumaça ao seu redor convencem de que estamos diante de uma criatura que, como ele mesmo diz, é feita de fogo e poeira.
Idris Elba é ótimo em evocar a presença imponente do Djinn, bem como a sabedoria de múltiplas eras e realidades que ele parece carregar consigo. O ator também traz um ar sedutor à criatura, um magnetismo que torna compreensível como ele se envolveu com tantas pessoas ao longo do tempo e que também nos deixa em dúvida quanto à sua sinceridade em relação a Alithea, se ele está sendo verdadeiro ou se a está manipulando.
Ao longo da trama o filme reflete o quanto a ciência e a tecnologia, não mais a crença ou a fabulação lúdica, guiam as narrativas que movem nossa sociedade. Ainda que reconheça o valor desse desenvolvimento, o roteiro não deixa de exibir certa melancolia com nossa perda de imaginação e como a tecnologia tem parte nisso. Não é à toa que o Djinn se sinta tão mal em ser bombardeado o tempo todo pelas ondas eletromagnéticas de sinais de tv ou internet, é como se esses dispositivos nos mantivessem tão presos a ele que eliminassem nossa capacidade de imaginar ou fabular. A trama é, em essência, sobre como essa entrega ao lúdico da fabulação pode nos realizar, sobre o poder das sensações e afetos causados pela arte.
A questão é que a despeito de todo o deleite visual, o filme nunca aprofunda plenamente suas ideias sobre o poder da fábula, se limitando a reproduzir ideias que filmes como As Aventuras de Pi (2012). Com isso, nunca produz o impacto ou a catarse que deveria causar com seus temas.
Com uma boa atuação de Idris
Elba, Era Uma Vez um Gênio encanta
pelos seus visuais, mas suas ponderações sobre o poder da fábula não tem a
força a altura dessa visualidade.
Nota: 6/10
Trailer
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