segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Crítica – Justiceiras

 

Análise Crítica – Justiceiras

Review – Justiceiras
Misturando Meninas Malvadas (2004) com Pacto Sinistro (1951), Justiceira é uma comédia adolescente que comenta sobre vingança e objetivos de vida. A trama é focada em Drea (Camila Mendes). Depois que um vídeo íntimo dela é vazado na internet aparentemente pelo namorado, Max (Austin Abrams, o Ethan de Euphoria), Drea perde todo seu status de garota mais popular e também vê suas notas caírem, prejudicando as chances de ir para a universidade dos sonhos. É aí que ela conhece Eleanor (Maya Hawke), que também tem um desejo de vingança por outra garota da escola. Assim, elas fazem um pacto de se vingarem, mas para não serem pegas decidem que uma fará a vingança da outra.

Há um componente de previsibilidade no meio da história, com as duas ficando amigas, mas colocando a amizade a perder por estarem tão focadas em suas vinganças ou por perderem a perspectiva ao se conectarem com as pessoas das quais deveriam estar se vingando. Esse vai e vem na amizade das duas funcionam pela química sincera que Hawke e Mendes estabelecem uma com a outra, que passam de aliadas pragmáticas para amigas genuínas, com Drea se abrindo a Eleanor de maneiras que nunca fez com ninguém. Por outro lado, a narrativa guarda surpresas inesperadas e algumas reviravoltas me pegaram desprevenido, então mesmo dentro de estruturas narrativas familiares, o filme encontra algum espaço para surpreender.

As ideias sobre vingança também são elementos comuns a filmes desse tipo, mostrando como se dedicar a isso causa mais mal do que bem, já que tanto Drea como Eleanor acabam colocando muito de suas ambições a perder por estarem focadas demais na vingança. A trama também explora certas questões de classe, já que Drea, diferente dos demais colegas da rica escola privada que frequenta, vem de origem humilde, então certas consequências a atingem com mais força do que os demais, deixando ela com mais a perder do que qualquer outro.

Os planos de vingança das duas divertem tanto pela catarse de ver algumas pessoas horríveis se dando mal, como também pelo próprio absurdo de algumas ações. Um exemplo é quando Drea coloca drogas na comida de uma festa da escola e todo mundo começa a viajar por conta dos efeitos. Em outro momento nos divertimos com a reação histérica de uma colega (interpretada por Sophie Turner) ao ser pega em uma das armações de Drea. Igualmente divertida é a participação de Sarah Michelle Gellar (a eterna Buffy) como a diretora da escola que sempre tem algum comentário sarcástico e conselhos ditos de uma maneira passivo-agressiva a oferecer para Drea. Ao abordar a vingança das personagens principais o filme é esperto em apontar certas hipocrisias na conduta das protagonistas, que agem como justiceiras julgando todos ao seu redor, mas esquecem de seus próprios erros e como suas ações já prejudicaram outros no passado.

Com situações criativas e o carisma da dupla principal, Justiceiras oferece uma divertida comédia adolescente sobre o peso da vingança.

 

Nota: 7/10


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