Estrelada por Jamie Foxx e produzida pela Netflix, Dupla Jornada é uma comédia de ação bem típica, mas tem carisma e criatividade o bastante para entreter. A trama é basicamente um Máquina Mortífera com vampiros. Bud (Jamie Foxx) é um instável caçador de vampiros sem grana que aceita voltar a trabalhar para o Sindicato, guilda de caçadores da qual se afastou anos atrás. Suspeito que a conduta errática de Bud cause problemas, o líder da organização o coloca para trabalhar com o burocrata Seth (Dave Franco), para que Seth fique de olho na conduta de Bud. Ao mesmo tempo, Bud é caçado pela poderosa vampira Audrey (Karla Souza), que busca vingança contra ele.
É óbvio desde o início que ao longo do filme Bud vai aprender a ser mais responsável enquanto que Seth vai se tornar menos retraído. Ainda assim, Foxx e Franco tem uma boa dinâmica juntos e conseguem divertir com a constante troca de farpas entre os dois. O filme também acerta na criação do universo da trama, criando toda uma sociedade oculta de vampiros e caçadores, com diferentes subespécies de vampiros e um plantel pitoresco de caçadores, como o caubói interpretado por Snoop Dogg ou o matador do leste europeu vivido pelo ator e dublê Scott Adkins.
A produção explora com criatividade as várias possibilidades de despachar vampiros com armas e técnicas inventivas, além de explorar bastante o sangue e o gore dessas mortes divertindo pelo fator de exagero. O destaque fica por conta da batalha contra um enxame de vampiros dentro de uma mansão, com Foxx e Adkins encontrando maneiras estilosas de eliminarem as criaturas.
Além da previsibilidade da trama o outro elo fraco é o trabalho de Karla Souza como a principal antagonista. Falta a atriz o senso de ameaça e poder que se esperaria de uma vampira anciã com mais de um milênio de vida. Também é questionável o modo como o Sindicato é construído meramente como uma organização excessivamente burocrática que parece mais voltada a criar regras para evitar trabalho do que para manter a segurança dos trabalhadores, refletindo uma visão de que sindicatos seriam um estorvo e o trabalhador se sai melhor sozinho. É uma questão que poderia ter sido evitada se simplesmente dessem qualquer outro nome para organização (ordem, cabala, liga, etc) ou talvez essa crítica tenha sido intencional mesmo.
Dupla Jornada é uma comédia de ação bem previsível, mas a
construção do universo ficcional e criatividade da ação conseguem ao menos
divertir.
Nota: 6/10
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