O documentário começa falando da derrota para a França na final de 98 e daí constrói o arco de redenção da seleção brasileira e de Ronaldo Fenômeno, que passou mal as vésperas da final e inevitavelmente afetou o moral do time. É um documentário bem típico, com entrevistas a jogadores, repórteres e usos de imagem de arquivo. Nesse sentido o filme se beneficia de mostrar imagens dos bastidores da concentração da Copa filmada pelos próprios jogadores, em especial imagens feitas pelo jogador Belletti. Esses vídeos nos permitem ter um acesso mais próximo às experiências dos jogadores e o clima descontraído e entrosado da concentração.
Apesar de não ter nada diferente em termos de estilo ou dispositivo narrativo, o documentário acerta em recriar o clima de otimismo e esperança presente em 2002, não apenas em relação ao futebol brasileiro, mas ao país como um todo. Parecia que haviam mais possibilidades, mais motivos para acreditar no futuro. Talvez isso tivesse relação com as vitórias no futebol ou talvez as vitórias do futebol era que fossem desse clima, diferente do ambiente político e social carente de esperança que vivemos hoje e de uma relação complicada entre o povo brasileiro e certa imageria relacionada à seleção que foi cooptada pela política nos últimos anos.
Como era de se esperar, o filme faz uma retrospectiva dos principais momentos de cada partida, como o incrível gol de falta feito por Ronaldinho Gaúcho nas quartas de final contra a Inglaterra, encobrindo o goleiro Seaman, ou o gol de rebote de Ronaldo na final. O documentário ainda encontra espaço para falar da importância dos reservas para a equipe, mencionando a atuação de jogadores como Vampeta, Belletti ou Kleberson. Nesse sentido, senti que a narrativa acabou Denilson, que apesar de ser reserva entrou em quase todas as partidas e protagonizou lances memoráveis, como o momento em que ele dribla e desestabiliza toda a zaga do time da Turquia na semifinal.
Brasil 2002: Os Bastidores do Penta é um lembrete nostálgico de
tempos com mais alegria e esperança.
Nota: 7/10
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