terça-feira, 8 de novembro de 2022

Crítica – Enola Holmes 2

 

Análise Crítica – Enola Holmes 2

Review – Enola Holmes 2
Quando escrevi sobre o primeiro Enola Holmes (2020), mencionei que o filme tinha potencial, mas se perdia em múltiplas tramas que não conseguiam dialogar. Temi que o mesmo acontecesse neste Enola Holmes 2, mas felizmente esses elementos fluem melhor aqui.

A trama se passa algum tempo depois do primeiro filme. A agência aberta por Enola (Millie Bobby Brown) vai à falência depois dela não conseguir clientes. A jovem detetive está pronta para retornar ao interior da Inglaterra quando é procurada por Bessie (Serrana Su-Ling Bliss), uma garota que pede ajuda a Enola para localizar a irmã desaparecida. A investigação leva Enola a uma fábrica de fósforos, que a coloca no caminho do irmão, Sherlock (Henry Cavill), que está em um caso envolvendo chantagem e lavagem de dinheiro. O caso também leva a protagonista a se encontrar com o jovem lorde Tewkesbury (Louis Partridge) que está tentando trazer reformas políticas para o país.

Chama atenção como o filme faz suas múltiplas tramas convergirem com habilidade no mistério principal envolvendo Enola e a busca pela irmã de Bessie, fazendo todos os personagens desembocarem em um único clímax que amarra todas as tramas e deixa muito pouco sobrando. A relação da protagonista com a mãe, Eudoria (Helena Bonham Carter), porém continua sendo deixada de lado. Aqui Eudoria aparece em uma única cena e assim como no original o filme falha em discutir a complexidade moral do terrorismo como ferramenta de ativismo político, preferindo tratar a mãe como uma figura excêntrica.

O vilão interpretado por David Thewlis é outro ponto fraco. Seu superintendente de polícia é tão caricaturalmente vil que o filme não parece se decidir se ele deveria ser uma figura a ser temida ou alvo de comédia. Na verdade, é tão exagerado que até mesmo a revelação de que ele trabalha para as figuras responsáveis pela conspiração não tem impacto algum, já que é evidente desde o primeiro momento que o superintendente é um vilão. Do mesmo modo, Tewkesbury continua sendo um interesse romântico insosso, ainda que aqui ele seja uma figura mais ativa e o filme abrace rapidamente a relação entre ele e Enola ao invés de prolongar o clichê do casal que fica às turras porque não consegue admitir que se ama.

Brown, por sua vez, continua sendo adorável como Enola, transitando com naturalidade entre a excentricidade bem humorada da garota e sua faceta mais heroica e impositiva. A trama também apresenta boas cenas de ação que exploram a engenhosidade da protagonista em superar os adversários com sua inteligência. A trama que envolve as trabalhadoras da fábrica de fósforos serve como uma ponte melhor para eventos reais das lutas das mulheres ao longo da história do que a questão do sufrágio explorada no primeiro filme.

Ainda que continue a exibir alguns problemas, Enola Holmes 2 se sai melhor que o primeiro em aproveitar o carisma de sua personagem principal com uma trama mais coesa.

 

Nota: 6/10


Trailer

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