terça-feira, 22 de novembro de 2022

Crítica – Warrior Nun: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – Warrior Nun: 2ª Temporada

Review – Warrior Nun: 2ª Temporada
A primeira temporada de Warrior Nun entendia o quanto sua premissa aloprada podia ser divertida e tentava extrair o melhor disso. A série, no entanto, esbarrava em problemas de ritmo que deixavam a temporada excessivamente arrastada. Essa segunda temporada de Warrior Nun, porém, explora um pouco melhor as potencialidades do material.

O segundo ano começa alguns meses depois dos eventos que encerram a temporada de estreia. Ava (Alba Baptista) e Beatrice (Kristina Tonteri-Young) estão escondidas na Holanda depois de terem sido derrotadas pelo poderoso Adriel (William Miller), que busca o halo usado por Adriel. A mesmo tempo, a Madre Superiora (Sylvia de Fanti) e as demais guerreiras estão se reorganizando para combater a nova ameaça. Lilith (Lorena Andrea) retorna do Outro Lado com estranhos poderes.

A trama tem um ritmo mais ágil do que a temporada anterior, imprimindo um maior clima de urgência que traduz bem a ameaça que Adriel representa e o que está em jogo caso o vilão vença. Claro, a narrativa tem lá seus problemas, principalmente pelo modo como faz certos personagens mudarem constantemente de lado, com guinadas que nem sempre soam devidamente merecidas. Do mesmo modo, a maneira com a qual os poderes de Ava falham, por mais que seja explicada pela trama, parece acontecer mais por conveniência do roteiro do que consistência de suas regras.

Ao menos a narrativa acerta na construção das personagens, dando espaço para que cada uma das guerreiras tenha o seu momento e que compreendamos melhor o que as motiva. Até mesmo a Madre Superiora tem um flashback que mostra como ela ganhou as cicatrizes que tem. Inclusive a temporada finalmente move adiante a relação entre Ava e Beatrice, já que depois de tantos episódios sugerindo que talvez houvesse algo entre as duas sem jamais concretizar estava soando como queerbaiting.

O ponto alto continuam a ser as cenas de ação, que exploram de maneira criativa os poderes e habilidades das personagens, como a luta brutal envolvendo Lilith e seu poder de teletransporte no fim do primeiro episódio. A ação se beneficia dos planos abertos e dos poucos cortes durante as lutas, mostrando realmente atores e dublês lutando. Isso fica bem evidente na luta na igreja no quinto episódio, que apresenta um longo plano sequência de Ava, Beatrice e Miguel (Jack Mullarkey) lutando contra os seguidores de Adriel. Em planos amplos, a câmera passeia pela arena de combate, alternando seu foco entre os personagens ao mesmo tempo em que não deixamos de ver os demais ao fundo da ação. É mais consistente em seu senso de espacialidade e continuidade do que muito blockbuster de ação. Os efeitos especiais, principalmente as criaturas digitais, continuam deixando bastante a desejar, no entanto.

A temporada também tem um senso melhor de conclusão, ao contrário da interrupção abrupta da primeira temporada. Aqui, por mais que haja ganchos para continuar a história, o final de temporada pode funcionar também como conclusão da história caso a Netflix decida não continuar (e todo mundo sabe como a Netflix tem cancelado séries a torto e direto).

Assim, ainda que não seja nenhum primor narrativo, a segunda temporada Warrior Nun diverte ao abraçar sua premissa maluca e pelas boas cenas de ação.

 

Nota: 7/10


Trailer

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